Outra Tempestade a partir de Shakespeare e Aimé Césaire é outro ponto de vista do colonialismo

A companhia Teatro da Garagem apresenta, de 15 a 18 de fevereiro, no Teatro Carlos Alberto, a peça Outra tempestade, uma encenação de Carlos J. Pessoa a partir das tempestades de Shakespeare e Aimé Césaire.

 

A última peça de William Shakespeare, A Tempestade (1610-11), é o ponto de partida para Uma Tempestade (1968), de Aimé Césaire, um dos fundadores do movimento da negritude. Os dois textos transfiguram-se agora em Outra Tempestade, a nova criação do Teatro da Garagem, encenada por Carlos J. Pessoa.

 

Mas voltemos ao princípio. Numa ilha remota, vivem Próspero e Miranda, o Duque de Milão e a filha, para aí lançados doze anos antes por um assombroso temporal. Com eles vivem Ariel e Caliban, escravos do Duque. O que Outra Tempestade propõe é ultrapassar a habitual dicotomia senhor-escravo, Próspero-Caliban, e lançar o navio do teatro para o mar aberto. Imaginemos que Miranda e Caliban se tinham juntado e tido filhos. Que novos mundos se descobririam a partir daí?

 

Outra Tempestade é a mais recente criação da companhia lisboeta Teatro da Garagem, em coprodução com o TNSJ e o Festival Mindelact (Cabo Verde), onde se estreou em novembro passado. Com encenação de Carlos J. Pessoa e dramaturgia de Cláudia Madeira, está em cena no TeCA entre 15 e 18 de fevereiro, com sessões quinta-feira e sábado às 19h00, sexta-feira às 21h00 e domingo às 16h00

 

📸 Vitorino Coragem

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