Otto comemora 20 anos de “Samba Pra Burro”… o divisor de águas

O primeiro disco a solo do músico e cantor brasileiro, considerado o novo som do milénio, celebra 20 anos. “Sambra Pra Burro” mistura folclore, forró e rap com jungle, techno e drum’n’bass, um trabalho que revolucionou a vida de Otto, reconhecido não só pela sua criatividade e expressão musical, como também pelo forte caráter político e interventivo.

 

Em 1998, Otto acabava de lançar o trabalho que iria abrir novas portas na carreira do músico. “Samba Pra Burro”, com selo da Trama e com produção de “Apollo 9”, foi reconhecido como um divisor de águas para a música brasileira por trazer uma forte influência da eletrónica. O primeiro single, “Bob”, é uma parceria com Bebel Gilberto, incluindo nos vocais. “TV a Cabo”, “Renault/Peugeot”, “Café Preto” e “Ciranda de Maluco” são outros destaques do disco, assim como duas faixas cantadas em francês, “Changez Tout” e “Low”.

A recente versão em vinil de “Samba Pra Burro”, lançado pela Polysom, chegou ao Brasil no ano passado, como marco da celebração dos 20 anos, com uma capa especial produzida por Otto e fotografada por Kenza Said. “Esse disco é muito especial. Minha primeira composição, primeira vez que estava sozinho em estúdio, primeiro show. E parece que ele nasceu para os dias de hoje. Parece que estava fora do tempo. E que o tempo dele é agora”, explica Otto.

 

Otto começou a sua aventura pela música enquanto percussionista, na Chico Science & Nação Zumbi e na Mundo Livre S/A. Não imaginava, no entanto, que pouco tempo depois estaria a abandonar o fundo dos palcos para lançar-se a solo. ‘Samba Pra Burro’ rapidamente ganhou reconhecimento, levou consigo todos os prémios e elogios, incluindo o prémio de melhor disco do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), e era saudado pela imprensa como um trabalho inventivo e estimulante. Mas não era só no universo da música que Otto começava a dar que falar. Desde muito cedo, mostrou não ficar calado em relação ao estado político e social do seu país.

20 anos depois, Otto apresenta mais cinco discos lançados e, atualmente, pode dar-se ao direito de autointitular-se como um artista que deixou uma marca no contexto musical e social do Brasil.

Partilha