Menos de ano e meio depois, os The Mission tornaram a esgotar o Hard Club – ao ponto das portas ficarem abertas e estarem pessoas à entrada do recinto a assistir. Também, mais uma vez, foram os We Know A Place, a “banda portuguesa preferida” dos The Mission, como estes anunciaram nas suas redes sociais, a fazer a primeira parte.
E ao contrário do que é costume, o público não se guardou apenas para os cabeças de cartaz, estando já a capacidade máxima do espaço atingida quando a banda lisboeta subiu ao palco. Tokki lembrou que tinha sido ali que tinham dado o seu primeiro concerto como banda, pelo que “era bom regressar a casa” – palavras muito aplaudidas, mas foi certamente a musicalidade de temas como “Lack Of Sleep”, “Looking For Sex” e “Gyropilot”, e a garra com que foram interpretados, que convenceram quem estava a vê-los pela primeira vez, e reforçou essa convicção em quem já os tinha visto.
Os The Mission tinham pedido para que os ajudassem a cantar as músicas nos concertos em Portugal, independentemente de saberem as letras (“inventem-nas, é divertido”), mas toda a gente parecia sabê-las de trás para a frente – até a música nova, “Kindness Is A Weapon”, teve um coro considerável de palavras correctas. Uma música tipicamente “Mission”, com todas as características da sua inconfundível sonoridade, acolhida com grande entusiasmo pelos fãs, embora tenham sido os clássicos intemporais de toda uma carreira que tenham levado esse entusiasmo ao rubro – “Like A Child Again”, “Deliverance”, “Butterfly On A Wheel”, “Severina”…
Durante duas horas, num concerto com os dois encores a que a banda britânica já nos habituou, que terminou com a cover de Depeche Mode “Never Let Me Down Again” (que tinham recomeçado a tocar cerca de 20 anos depois – até que a pandemia aconteceu…) e “Tower Of Strength”, mostraram mais uma vez por que esgotam as salas sempre que cá vêm e por que os sorrisos de quem enche essas salas se rasga de orelha a orelha a cada tema tocado
🖋 📸 Renata Lino
