Jenny e Rosa dizem que são ‘todos ouvidos’, mas na realidade estas duas jovens da cidade industrial de Norwich são o oposto. Começaram muito novas, aos treze anos quando lhe chegou às mãos um teclado.
Diz-se por ai que a avozinha não gostou, que as miúdas faziam muito barulho com o dito teclado que depois resultou, para já, em dois discos pela Transgressive Records. O primeiro, “I, gemini” em 2016 e o segundo, aquele em são ‘todos ouvidos’ em 2018, “I’m All Ears”.
Pelo meio canções como “Deep Six Textbook” ou “Welcome To The Treehouse” irritaram a avozinha ao ponto das miúdas, agora mais adultas, terem lançado o repto… Let’s Eat Grandma.
Em palco, um misto de psicadelismo, electronic e Pop, sim daquele pop com influências coreanas que facilmente cativa o público a encenar danças e rituais estranhos, bastava ver ontem à noite o que se passava no público.
Dotadas de uma energia e irreverencia em palco, a jovem idade ajuda, Jenny e Rosa, ou melhor as Let’s Eat Grandma, foram uma aposta ganha a encerrar o ‘novo’ palco Pull and Bear no NOS Primavera Sound.
Restava esperar por Solange, que infelizmente não deixou registar a sua passagem pelo palco maior desta oitava edição do NOS Primavera Sound.
Era o fechar de um primeiro dia que sobreviveu à chuva que apenas esperou pelo meio do concerto de Solange para refrescar o ambiente do festival, à semelhança do que já tinha acontecido umas horas antes quando Mormor estava em palco.
Um dia sem uma enchente, um alinhamento eclético seguindo a aposta da nova identidade do Festival.
Fotografias: Paulo Homem de Melo
Reportagem: Sandra Pinho
