Moisés… vocalista da Quinta do Bill lança primeiro álbum a solo

Há álbuns que marcam a nossa vida, mas há também álbuns marcados pela nossa vida! É o caso de “Moisés – primeiro solo”, que regista a estreia a solo de Moisés, voz da Quinta do Bill, 35 anos depois de uma carreira inteiramente  dedicada ao coletivo de Tomar.

A ideia esteve sempre lá, germinou nos últimos anos e só a recente pandemia Covid19 a impediu de se concretizar mais cedo.

 

Trata-se de uma coleção singular de Canções, entre a construção harmónica e melódica de “Por Todos Nós” à procura de um espaço e de um silêncio em “Tempo de  saber e de viver”, revisitando a essência pop em “Eu sei o que és para mim”, ou despertando consciências para as questões ambientais em “Ocaso plástico” e “Tens um mundo a proteger”, todas elas compostas por um dos seus mais inequívocos autores portugueses das últimas décadas, Moisés, a quem o tempo parece ter concedido o dom da perenidade criativa.

 

Mas, na substância, “primeiro solo” , é tudo menos um álbum a solo. Como tantas vezes acontece na Quinta do Bill, Moisés fez-se rodear de novos e velhos amigos de sempre, cúmplices de uma caminhada já longa, sempre sentida e partilhada: José Luis Peixoto assina e declama o seu próprio poema em “Tempo de saber e de viver”; Tim (Xutos & Pontapés), Moz Carrapa (Salada de Frutas e Ala dos Namorados) e Sebastião Antunes (Quadrilha) voltam igualmente a dizer presente e até Joaquim Franco (jornalista e escritor) concretiza nas palavras de “O dom da alma” o resultado de uma duradoura amizade construída em cima do amor/dor a Moçambique.

Mas há em “primeiro solo” um momento impossível de contornar: num texto original  escrito expressamente para esta obra, “Regresso” marca ao mesmo tempo o regresso e a partida de José Mário Branco, num impressionante poema que arrepia e que não nos deixa indiferentes a uma espécie de antecâmara do seu próprio destino.

 

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