MIMO Festival Amarante… Música e Arte sem fronteiras

O MIMO Festival Amarante regressa de 20 a 22 de Julho com música do mundo, jazz, rock do deserto, sonoridades do Brasil e de Portugal. Goran Bregovic Wedding and Funeral Band (Sérvia), Hudson com Jack Dejohnette, Scott Colley, John Medeski e John Scofield (EUA), Noura Mint Seymali (Mauritânia), Otto (Brasil) e Dead Combo (na foto)(Portugal) são as primeiras confirmações da 3.ª edição do festival que já conquistou os portugueses.

Concertos exclusivos em Portugal – com excepção dos Dead Combo – que, pela sua diversidade e abrangência, vão proporcionar ao público do MIMO Festival Amarante uma experiência culturalmente rica nas margens do rio Tâmega.

Dos Balcãs, o multi-premiado músico e compositor sérvio Goran Bregovic e a Wedding and Funeral Band trazem a Portugal o seu mais recente disco, “Three Letters From Sarajevo“, uma homenagem à sua terra natal que, antes da guerra, era um ponto de encontro de cristãos, muçulmanos e judeus.

Dos Estados Unidos vem, em estreia no nosso país, o super-grupo multi-generacional Hudson, composto pelo baterista Jack DeJohnette, o baixista Scott Colley, o teclista John Medeski e o guitarrista John Scofield. Formado em 2017 para comemorar os 75 anos de Jack DeJohnette – o talentoso músico que tocou com Bill Evans, Miles Davis, Chick Corea, Herbie Hancock e Pat Metheny, além da sua carreira a solo -, Hudson estreou-se ao vivo em 2014 no Woodstock Jazz Festival. O nome, retirado de Hudson Valley de onde os músicos são residentes, serve também de título ao álbum que este super-grupo vai apresentar no MIMO Festival Amarante. Além de músicas originais, em “Hudson” pode ouvir-se Bob Dylan, Joni Mitchell, Jimi Hendrix e Robbie Robertson.

A representar o rock do deserto e a música da Mauritânia vem ao MIMO Festival Amarante Noura Mint Seymali. Criada numa família proveniente de ‘griots’ mouros, começou a carreira aos 13 anos como vocalista de apoio à sua madrasta, a lendária Dimi Mint Abba. A avó ensinou-a a tocar ardîn, uma harpa de nove cordas reservada às mulheres, e o pai, um estudioso da música mauritana, ajudou-a a formar-se como compositora. Em palco, Noura Mint Seymali apresenta-se com um colectivo que não gosta de fronteiras e mistura a sonoridade dos instrumentos tradicionais com groove e rock psicadélico. O terceiro disco, “Arbina” servirá de ponto de partida para o concerto no MIMO.

Do Brasil, Otto traz para Amarante o seu mais recente “Ottomatopeia”, o álbum mais maduro da sua carreira composto por canções que abordam sentimentos e a vida, fala dos tempos sociais difíceis. Outrora percussionista da Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, Otto estreou-se a solo há 20 anos com “Samba pra Burro”, o primeiro de seis discos de originais. O novo “Ottomatopeia” coloca fim a um hiato de cinco anos após a edição de “The Moon 1111”.

Os Dead Combo dispensam apresentações por cá. Inventores de uma sonoridade muito própria, Tó Trips e Pedro Gonçalves apresentam em Amarante o mais recente “Odeon Hotel”, um disco que é a síntese perfeita da portugalidade e universalidade existentes na música do duo.

A comemorar 15 anos no Brasil, o MIMO chegou a Portugal em 2016 e em apenas dois anos deixou a sua marca no Norte do País. Para a terceira edição, que se realiza entre 20 e 22 de Julho, o MIMO chama a Arte para se juntar aos seus pilares base: a música, o cinema, os workshops e masterclasses, a poesia e os roteiros culturais.

Em parceria com a Fundação Millennium bcp, o MIMO Festival Amarante apresenta a exposição “Os Modernistas. Amigos e Contemporâneos de Amadeo de Souza-Cardoso, Colecção Millennium bcp”.

Com curadoria de Raquel Henriques da Silva, esta mostra estará patente no Museu Amadeo de Souza-Cardoso a partir de dia 20 de Julho. Recorde-se que o pintor modernista, contemporâneo de Almada Negreiros, nasceu em Amarante e foi entre a sua terra natal, Manhufe, e Paris que desenvolveu a sua arte.

 

Photo: Daniel Costa Neves

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