“Mariza Canta Amália”… Novo álbum de Mariza a 20 de Novembro

Mariza. Amália. Fado…

Duas vozes de excepção. Duas carreiras fulgurantes. Em comum, o Fado, património eterno e universal da música mundial, ex-libris de Portugal. Mas também uma ligação indelével que transcende gavetas.

 

Quando Mariza partiu à conquista do mundo, arrebatou os públicos que, antes, só Amália tinha conseguido arrebatar. Quando Mariza começou a explorar outros caminhos contíguos ao Fado, fê-lo como, antes, só Amália o tinha conseguido. Quando Mariza se tornou na embaixadora da música portuguesa do século XXI, assumiu o manto que, antes, só Amália conseguira antes envergar no século XX.

Não é, por isso, surpresa que Mariza homenageie finalmente Amália por inteiro. Como só ela o pode fazer: habitando o reportório da mais lendária de todas as fadistas a seu modo, e trazendo-o para o século XXI sem lhe retirar alma nem identidade.

 

No seu 20º aniversário de carreira, no centenário do nascimento da Diva – “porque sinto que esta é a melhor forma de homenagear e agradecer todo o legado e inspiração que nos deixou”Mariza revela-nos, finalmente, o projecto que há muito almejava: Mariza Canta Amália.

“Amália é uma inspiração maior, não só para mim, mas para tantos artistas portugueses e ainda muitos outros internacionais, assim como para todos os portugueses,” explica Mariza. “Como diria o grande António Variações: «Todos nós temos Amália na voz».”

 

À guitarra e à viola, como é apanágio do fado, mas também com orquestra, como Amália provou ser possível, Mariza dá-nos a sua Amália. Com arranjos e direcção de orquestra de Jaques Morelenbaum, cúmplice eterno de Caetano Veloso e Ryuichi Sakamoto, que reencontra Mariza 15 anos depois de lhe ter produzido “Transparente” em 2005, Mariza Canta Amália.

 

Claro: Mariza sempre cantou Amália – logo no trabalho que a revelou, “Fado em Mim” em 2001, já reinterpretava “Barco Negro” ou “Oiça Lá ó Senhor Vinho”, e ao longo dos seus sete trabalhos de estúdio e três registos de concerto anteriores, várias vezes gravou reportório da Diva. Mas esta é a primeira vez que Mariza dedica todo um álbum ao seu reportório. E, dos dez temas escalados para Mariza Canta Amália, apenas se abalançara anteriormente a um – “Barco Negro”. Com os arranjos extraordinariamente líricos de Jaques Morelenbaum a permitir-lhe encontrar novos matizes, Mariza torna seus alguns dos maiores ex-libris de Amália: “Gaivota”. “Estranha Forma de Vida”. “Com que Voz”. “Fado Português”. “Povo que Lavas no Rio”. “Foi Deus”. Como nunca os ouvimos antes – e Mariza (re)cria-os como só Amália os soube (re)criar antes.

 

Gravado entre Lisboa e o Rio de Janeiro, Mariza Canta Amália é o feliz encontro entre um reportório inesgotável, uma voz imortal e um produtor de excepção. Um encontro que não vamos esquecer tão cedo.

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