Margem… de Victor Hugo Pontes

Margem estreia no CCB a 27 de Janeiro de 2018. O Espetáculo de teatro e dança prolonga-se no pequeno auditório até ao dia 1 de Fevereiro. Inspirado no livro “Capitães de Areia”, oitenta anos depois da publicação, Victor Hugo Pontes questiona quem são os novos capitães de areia, inspirando-se na realidade social destas crianças. Numa ideia de teatro documental, e em colaboração com Joana Craveiro, este projeto é alicerçado num trabalho junto de jovens que continuam a lutar pela sua liberdade.

Nas próprias palvras de Victor Hugo Pontes, “Margem tem como inspiração o romance de 1937 de Jorge Amado, Capitães de Areia, que retrata um grupo de crianças e adolescentes abandonados que vivem nas ruas de São Salvador da Baía, roubando para comer, e dormindo num trapiche – um armazém onde, como uma espécie de família, se protegem uns aos outros e sobrevivem a um dia de cada vez. Oitenta anos depois da publicação do livro, interessa-me sobretudo questionar quem são os novos capitães de areia, inspirando-me na realidade social destas crianças, e consciente de que nem sempre há finais felizes. Quem são estas pessoas que são colocadas à margem, e quando é que essa marginalização começa? Na casa de partida da vida, temos todos as mesmas hipóteses ou alguns partem para a luta já em défice? Há formas de quebrar isso? Quais? A sério? De certeza? Será realmente admirável o mundo novo que conseguimos construir com todos os nossos ideais de igualdade para todos? Numa ideia de teatro documental, e em colaboração com Joana Craveiro, este projeto será alicerçado num trabalho junto de jovens que foram privados do ensino, da alimentação, de carinho, de um pai, de uma mãe, jovens que cometeram crimes, jovens que partiram em défice ou que se viram em défice por razões que muitas vezes lhes são alheias. Jovens e crianças que, não obstante, continuam a lutar pela sua liberdade, e, nalguns casos, para inverter o tabuleiro do jogo – o tal onde, lado a lado, na casa de partida, já éramos diferentes uns dos outros, como uma fatalidade.”

 

Direção: Victor Hugo Pontes
Texto: Joana Craveiro
Cenografia: F. Ribeiro
Música: Marco Castro e Igor Domingues (Throes + The Shine)
Direção técnica e desenho de luz: Wilma Moutinho
Interpretação: Alexandre Tavares, André Cabral, David S. Costa, Hugo Fidalgo, João Nunes Monteiro, José Santos, Magnum Soares, Marco Olival, Marco Tavares, Nara Gonçalves, Rui Pedro Silva e Vicente Campos
Estagiários: Beatriz Baptista (Ginásio Escola de Dança) e João Filipe Abreu (FCSH)
Consultoria artística: Madalena Alfaia
Direcção de Produção: Joana Ventura

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