Manic Street Preachers, Killing Joke e Nitzer Ebb no EDP Vilar de Mouros

Passados nove anos desde o último concerto em Portugal, os Manic Street Preachers estão de regresso a solo nacional para apresentarem o seu mais recente álbum “Resistance is Futile” lançado em 2018.

20 anos depois, os históricos e seminais Killing Joke (na foto) regressam a Portugal para atuar na edição de 2019 do Festival, sendo um dos grandes destaques do cartaz do EDP Vilar de Mouros. Formada em 1978, a banda inglesa é uma das referências do pós-punk e do rock industrial.

Formados em 1982, os Nitzer Ebb editam em 1987 o seu álbum de estreia “That Total Age”. Nesta segunda visita a Portugal, a banda britânica partilha e celebra um percurso com mais de trinta anos.

Os Manic Street Preachers estrearam-se em álbum com “Generation Terrorists”, em 1992, um álbum que o NME apontou como um dos melhores trabalhos de estreia de sempre, com a revista Q a distingui-los com o seu galardão de Álbum Clássico. A banda, que em 1995 perdeu o guitarrista Richey Edwards, que foi dado como presumivelmente morto em 2008 e cujo corpo nunca foi encontrado (continuam a meter um microfone em palco para ele, em cada concerto…), soube avançar, recuperar e construir uma sólida carreira, levando vários dos seus singles até aos lugares cimeiros do top britânico. E construiu também uma inexcedível reputação de palco, com enérgicos concertos que parecem sempre evocar o mais genuíno espírito do rock. Será certamente assim, em Vilar de Mouros.

Não é à toa que esta é a banda cujo clássico tema “Eighties” pode ter inspirado “Come As You Are” dos Nirvana. Nome central da cena pós-punk britânica, os Killing Joke de Jaz Coleman e Youth (que viria a ter notável carreira como produtor, tendo trabalhado com bandas como os U2, e alinhado, com Paul McCartney, no projeto The Fireman), são bastantes vezes apontados como decisivas influências de bandas como Marilyn Manson ou até Metallica, sinal claro do pioneirismo que assumiram desde o início. Os Killing Joke nasceram em 1978, em plena era do punk, mas desde o início adotaram uma atitude desafiante e experimental. Quando se estrearam, em 1980, com um álbum homónimo, os Killing Joke tinham já um som distinto. Youth acabaria por abandonar a banda um par de anos mais tarde, mas Coleman manteve a banda em pleno funcionamento e o notável baixista haveria de regressar ao seio do grupo, em 2008, data em que a formação original se voltou a reunir, tendo-se mantido ativa até ao presente.

“Pylon”, o mais recente álbum, data de 2015 e conta com Coleman, Youth e ainda Geordie Walker e Big Paul Ferguson na formação. A All Music atestava que era admirável como, três décadas e meia após o primeiro trabalho, o grupo mantinha a aura pesada e agressiva que sempre tinha caracterizado o seu som, pulsante e musculado, denso e negro. É essa a fórmula que o quarteto de culto trará a Vilar de Mouros, naquele que será o seu há muito ansiado regresso ao nosso país.

“Industrial Complex”, trabalho de 2009, coloca os Nitzer Ebb de Bon Harris e Douglas McCarthy do lado de cá deste milénio, feito extraordinário se pensarmos que o grupo deu os primeiros passos em 1983, apresentando à época um som claramente informado pelo post-punk, sobretudo por bandas como Killing Joke ou Bauhaus. No entanto, os Nitzer Ebb haveriam de ficar conhecidos como um dos expoentes máximos da Electronic Body Music ou EBM, uma corrente que pegava nalguma da atitude herdada do punk, na influência das mais radicais experiências conduzidas no seio da música industrial e até nas nascentes correntes techno e house que chegavam do lado de lá do oceano Atlântico para criar uma mescla hardcore de música para as pistas de dança mais sombrias.

 

Ligados à prestigiada Mute logo em 1987 (a mesma editora dos Depeche Mode, por exemplo), os Nitzer Ebb lançaram trabalhos de sucesso como Belief e Showtime ou ainda Ebbhead encarados pelos fãs de eletrónica mais radical como verdadeiros marcos históricos. O grupo cessou atividades em meados dos anos 90, mas regressou aos palcos e aos estúdios em 2007, recuperando a sua atitude radical de não compromisso em novos trabalhos que mereceram o aplauso da crítica, incluindo “Join In The Rhythm of Machines”, em 2011, ano em que passaram em Portugal pela primeira e última vez. Este regresso surge na senda de um novo fluxo de atividade, com Bon Harris e Douglas McCarthy a recrutarem para o palco os músicos David Gooday e Simon Granjer dos Stark. Oportunidade imperdível para se testemunhar ao vivo o poder de um dos grupos que revolucionou o universo da eletrónica.

 

 

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