Foi ontem apresentada a primeira edição do Index, bienal de Arte e Tecnologia que decorre, de 12 a 22 de maio, em diversos locais da cidade de Braga e no espaço virtual da web.
O gnration, um dos epicentros da cidade na relação entre as duas áreas, transformou-se com a apresentação pública imersiva que deu a conhecer o desafiante novo evento, parte do plano de ação da cidade enquanto Cidade Criativa da UNESCO para as Media Arts.
Explorar práticas artísticas e pensamento crítico nas quais a tecnologia assuma um papel central é o objetivo maior deste novo projeto que, em 2022, propõe explorar a noção de Superfície. Plataformas visuais ou entidades tácteis, fronteiras ou interfaces, zonas de emergência ou extracção, as superfícies são tudo isto e também metáforas poderosas para as práticas artísticas relativas à tecnologia, levantando questões importantes que necessitam de ser urgentemente abordadas.
Essas questões são o core principal do Index que, a partir das mais de 30 participações confirmadas, apresenta um extenso programa que a elas tenta responder. Exposições, espetáculos, conferências e conteúdos educativos, ora encomendados, ora em estreia em Portugal ou Braga, fazem parte de uma programação que conta com direção artística de Luís Fernandes (diretor artístico da Braga Media Arts) coadjuvado na programação por Liliana Coutinho (curadora e programadora) e Mariana Pestana (arquiteta e curadora).
Confirmados estão, com novas criações, nomes como Florian Hecker, berru, Jonathan Uliel Saldanha, Peter Burr, João Martinho Moura, Tiago Patatas ou Pierce Warnecke & Matthew Biederman com o coletivo nacional Ensemble Supernova. Mas também a estreia em Portugal da conferência performativa “Inside”, de Frédérique Aït Touati & Bruno Latour, de obras da autoria de Bethany Rigby, Dele Adeyemo, Ibiye Camp & Dámaso Randulfe, Ginevra Petrozzi, France Jobin & Markus Heckmann, People Like Us ou o espetáculo “Subassemblies” de Ryoichi Kurokawa. No programa de conferências assinala-se a presença de Peter Weibel, diretor do ZKM e figura incontornável da história da media art, bem como Federico Campagna, Michael Marder, Miguel Carvalhais, Virginia Tassinari e Delfina Fantini van Ditmar.
Confirmados estão também os projetos selecionados internacionalmente através de open call. Após o anúncio, em outubro passado, foram submetidas 127 propostas, provenientes de 45 países. No programa são apresentados os projetos “Wander” de Yuqian Sun (China), “Finger Plays” de Matt-Nish Lapidus (Canadá), “Bureau of Cloud Management” de Tong Wu e Yuguang Zhan (EUA/China) e “Para Gardens” de Areej Huniti e Eliza Goldox (Jordânia e Alemanha).
Nas palavras de Luís Fernandes, “através do Index propomos uma abordagem crítica à tecnologia enquanto elemento central de um conjunto cada vez maior de práticas artísticas, bem como uma reflexão sobre as implicações sociais e ecológicas que à sua volta gravitam.”
Já Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga, assume que “esta é uma aposta do município como projeto essencial para o posicionamento de Braga a nível nacional, e internacional, no campo das media arts” .
Com uma arrojada perspetiva sobre Arte e Tecnologia na Contemporaneidade, explorando o conceito de Superfície, Index é uma iniciativa da Braga Media Arts, no âmbito do plano de ação de Braga enquanto Cidade Criativa da UNESCO para as Media Arts, é promovido pela empresa municipal Teatro Circo de Braga EM SA, com o apoio do Município de Braga.