Há vozes poderosíssimas prontas para levar ao rubro a forja do M.Ou.Co. em novembro

Há vozes poderosíssimas prontas para levar ao rubro a forja do M.Ou.Co. em novembro… Há quem a ouça e se lembre da forma como as vozes de Aretha Franklin e Nina Simone enchiam o palco. E também a alma, ainda com os ecos de Big Mama Thornton e Koko Taylor nos ouvidos. Mas Danielle Ponder, a nova estrela em ascensão do R&B e soul nascidos e criados em terras norte-americanas, é apenas ela própria quando entra em cena, agora longe dos tribunais e do papel de advogada oficiosa. Uma distância graças à qual poderemos ouvir, de viva-voz e a um palmo de distância, esse poço de energia e musicalidade que é Danielle, a 27 de novembro no M.Ou.Co..

Na barra dos que elegem a música como a banda sonora para levar a vida da melhor forma, e dos que escolhem o espaço multicultural portuense como forja de sonoridades, estará “Some of Us Are Brave” – o diamante de estreia (lançado há um mês) que, para nossa felicidade, a cantora e compositora de Rochester (Nova Iorque) demorou quatro anos a escrever e a facetar. Com polimentos soprados em blues, R&B, pop, hip-hop, funk e não só, sobre oito temas centrados na justiça social, no fortalecimento da condição da mulher e nas circunstâncias e causas do feminismo negro, entre outros focos.

 

Mas o cartaz de novembro é pródigo em qualidade e variedade. E estampa a letras garrafais o regresso dos Bala Desejo (na foto) ao M.Ou.Co., cinco meses depois da estreia em terras portuguesas e europeias daquele que foi considerado o “grande acontecimento da música brasileira” do ano, após o lançamento do disco “Sim Sim Sim“. Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra sobem ao palco a 26 de novembro.

Dois dias antes, a 24 de novembro, os holofotes apontar-se-ão aos Zola Blood, o trio londrino que se apresentará pela primeira vez no Porto, com a muito característica mistura orgânica de indie rock com sonoridades eletrónicas intrincadas e atmosféricas. Na bagagem trazem “Black Blossom”, lançado no primeiro semestre, para nos fazer refletir sobre como a Internet “começou como uma espécie de utopia” que nos aproximaria a todos e se transformou em “algo mais sombrio”. É possível dançar a refletir sobre a normalização do tribalismo e abuso online da sociedade atual?

Os Zola Blood explicarão em que medida exata, naquele que será o terceiro concerto do mês com a chancela da Mr. November (no M.Ou.Co. nada acontece por acaso, e novembro não podia ser exceção…), a promotora musical da marca Os Suspeitos, conhecida dinamizadora portuense de música alternativa e independente.

 

Novembro começará, no entanto, com outras ambiências sonoras. No dia 4, as portas da sala de espetáculos abrir-se-ão para ouvirmos Time for T, com o seu novo álbum “Hurry Up and Wait“, gravado nos estúdios Lotte Lindenberg, em Frankfurt.

Trata-se de um projeto reconhecidamente “difícil de categorizar”, mas que se define musicalmente como nómada e multicultural, ou não fossem os seus membros provenientes de Portugal, Inglaterra, Brasil e Espanha. Tocam “ritmos transatlânticos, com texturas de guitarra solarengas e vozes anglo-saxónicas que cantam narrativas introspetivas”. Para quem gosta de navegar entre águas que mesclam Bob Dylan com Fela Kuti.

Uma noite depois será a vez dos L’Objectif, banda de Leeds apadrinhada por Iggy Pop e que é considerada pelo jornal britânico The Guardian como uma das mais interessantes a seguir nos próximos tempos. Estrear-se-ão no nosso País, no M.Ou.Co., no dia 5, altura em que apresentarão o seu segundo EP, “We Aren’t Getting Out But Tonight We Might”, lançado em junho.

A 13 de novembro haverá lugar para uma nova estreia nacional, desta feita dos The Lounge Society, grupo pós-punk inglês que tem um Groove muito dançável e que vem ao Porto dar a conhecer ao vivo o seu primeiro longa-duração “Tired Of Liberty”, sucessor do EP inaugural, de 2021, “Silk For The Starving”.

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