Guimarães Jazz mantém os ritmos acessos até de manhã

Os ritmos do jazz voltam a despertar em Guimarães já a partir de amanhã, mantendo as vibrações em alta até ao próximo domingo com mais uma mão cheia de concertos. Foram quatro os espetáculos que já honraram esta música nos palcos vimaranenses nesta 29ª edição do Guimarães JazzAndy Sheppard ‘Costa Oeste’; Gabriel Ferrandini, João Barradas e Demian Cabaud (inicialmente na companhia de Peter Evans); César Cardoso Ensemble ‘Dice of Tenors’; Projeto Porta-Jazz / Guimarães Jazz ‘Sombras da Imperfeição – Concerto Desenhado’ – e seguem-se mais cinco novos projetos a estrear em Guimarães com formações inéditas, numa edição brindada com novidades com forte ligação à história desta música chamada jazz.

 

Já esta terça-feira, 17 de novembro, às 19h30, o Grande Auditório do CCVF recebe no seu palco a Big Band da ESMAE num concerto com entrada gratuita. Este ano, impossibilitados de realizar este projeto nos moldes habituais, em que os alunos da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo têm a oportunidade de trabalhar in loco e em residência com um compositor ou um grupo de jazz internacional, a parceria do Guimarães Jazz com esta instituição de ensino materializar-se-á num concerto concebido e dirigido pelos professores Paulo Perfeito e Telmo Marques, da própria instituição.

Esta edição do Guimarães Jazz apresenta o projeto Sonoscopia no dia seguinte (18 de novembro) às 19h30, que aqui propõe um projeto colaborativo de eletrónica/percussão/vídeo com um quarteto multidisciplinar composto pelo duo de eletrónica digital @c (formado por Miguel Carvalhais e Pedro Tudela), o percussionista Gustavo Costa e o designer Rodrigo Carvalho a operar vídeo em tempo real.

Quinta-feira (19 novembro), às 19h30, chega a vez da Radiohead Jazz Symphony atuar em conjunto com a Orquestra de Guimarães sob direção do pianista e arranjador Reinout Douma, fundador da Nordpool Orchestra, interpretando o reportório da influente banda de pop-rock Radiohead, num concerto gratuito. Após várias edições bem-sucedidas nas últimas quatro edições do festival, o Guimarães Jazz volta a colaborar com a Orquestra de Guimarães, desta vez sob direção do já referido Reinout Douma, que virá acompanhado de seis músicos holandeses. No centro desta atuação estará o trabalho de reinterpretação jazzística do reportório da famosa banda pop/rock Radiohead, considerada por muitos como um dos grupos mais influentes da música popular dos últimos trinta anos. Liderados pelo iconoclasta Thom Yorke, os Radiohead são reconhecidos pela sua lírica mas também pela idiossincrasia do seu idioma musical e pela originalidade da sua identidade estética, qualidades que Reinout Douma e o seu ensemble exploram dentro de um vocabulário puramente jazzístico.

No dia 20, sexta-feira, no mesmo horário, os holofotes iluminam as notas de Julian Argüelles, um cúmplice de longa data do festival, que acompanhou de perto a sua afirmação no circuito jazzístico do mais alto nível e que aqui atuará em septeto, um ensemble de bons músicos portugueses que interpretará as composições de Argüelles naquela que será a estreia absoluta deste ensemble. Julian Argüelles é um músico com uma relação de grande proximidade com Portugal, país onde vive, e em particular com o Guimarães Jazz, em que atuou por diversas ocasiões e em diferentes projetos. Na sua edição de 2020, o festival assistirá à estreia absoluta do projeto Aqui e Agora’. Deste septeto, liderado por Argüelles e composto por um conjunto de nomes importantes do jazz português (entre eles, o saxofonista João Mortágua, o vibrafonista Eduardo Cardinho e o guitarrista André Fernandes) e que será o veículo de interpretação das composições do saxofonista britânico, espera-se uma música na qual pulsa pós-bop que se tornou nos últimos anos o cânone do jazz contemporâneo, mesclado com as influências de outras latitudes musicais que habitualmente associamos a Argüelles.

A 29ª edição do festival encerra com uma grande formação em palco (como é habitual) no domingo, 22 de novembro, a partir das 10h30, com o Pedro Melo Alves’ Omniae Large Ensemble (na foto).

 

photo: Hugo Sousa

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