O VENTANIA – Festival de Artes Performativas do Barlavento assente nos ideais de desenvolvimento e promoção do ativismo artístico termina a sua 3ª edição em Portimão, no dia 11 de Setembro, depois de passar por Lagos e Lagoa.
Com uma programação para todas as idades, o último dia de Festival apresenta dois espectáculos, em que as questões ambientais e a economia desregulamentada estão em destaque, dois olhares sobre as fragilidades da água e da terra e a sua relação com a Humanidade.
Durante a tarde, a companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora no Auditório do Museu Municipal de Portimão apresenta Aurora, um espectáculo concebido através de um olhar sobre o habitar e cuidar a Natureza e a sobrevalorização que damos aos espaços citadinos, muitas vezes esquecendo as nossas raízes. O projeto é criado plasticamente a partir da reutilização de objetos seja nas marionetas, cenografia ou figurinos.
A Black Box do Tempo, às 11h00 recebe a oficina de criação de marionetas de Marotte utilizando materiais e formas que a principio nos pareceriam improváveis, promovida pelo Teatro e Marionetas de Mandrágora e destinada a crianças acompanhadas por um adulto.
O VENTANIA fecha o pano do Grande Auditório – TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, pelas 19h00 com OCÉANIQUES ANONYMES de Poème en Volume & Kale Companhia de Dança. Com base no trabalho documental da fotógrafa Hélène David e do escritor Donatien Garnier, o coreógrafo Gaël Domenger transpõe para o palco o quotidiano dos marinheiros do séc. XXI, questionando as suas representações. O embarque proposto não deixa de ter eco, eco político, com situações cada vez mais observadas em terra.
Como os marinheiros de alto-mar são veículos da dependência global de matérias-primas, bens de consumo, indústrias extrativas e, em particular, da pesca. Ou como dois milhões de marinheiros, em sua maioria homens, estão entre as partes invisíveis da sociedade.