Festival para gente Sentada… Sensualidade em Braga

E foi em pé que o Festival Para Gente Sentada começou esta sexta feira, 17 de Novembro em Braga.

A jogar em casa, os Máquina del Amor tiveram as honras de abertura ao final da tarde em pleno centro histórico da cidade de Braga. Canções cruas marcaram a apresentação do colectivo que resulta da junção de elementos dos peixe : avião e dos smix smox smux.

Disco” era a novidade, o novo trabalho surgia dos sons produzidos pelo quarteto, evidenciando claramente uma evolução na sonoridade produzida em relação ao disco de estreia de 2015.

Em pé, a música da Máquina não trouxe amor mas conseguiu cativar a centena de curiosos, e não só, que absorveram de forma atenta a sonoridade do grupo. Foram 40 minutos de aquecimento para uma noite longa e com propostas bastante ecléticas.

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Já sentados, o Theatro Circo recebeu noiserv. O homem banda, que já dispensa apresentações, impôs a sua experiência na sala centenária, que continua a cativar o próprio noiserv, que como ele próprio salientou, “acabo sempre por descobrir coisas novas na sala”. Em palco David Santos percorreu alguns dos seus temas mais marcantes de um carreira que já leva cerca de 10 anos. Incursões igualmente pelo último disco com canções em Português.

Mestre na arte de loop em palco, noiserv conquistou com a sua simplicidade uma sala cheia de apreciadores de música.

Ao longo de 45 minutos a música de noiserv surge naturalmente como que uma caixinha de música aberta espelhando de uma forma simplista mas complexa algumas das questões mais marcantes da sociedade atual.

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O nome mais aguardado da noite surge em palco, Perfume Genius e a excentricidade inagualavél de Mike Hadreas.

Dono de uma energia impagável, o ‘genius’ expressivo em palco transborda energia. Sensualidade, luxuria e sedução fazem parte das suas extravagância e devaneios a ilustrar as suas canções do mais recente disco “No Shape”.

Luxuria e êxtase caracterizam da melhor forma a performance em palco dos Perfume Genius, cujo passado de Hadreas serve por vezes de inspiração para a sua revolta musical.

Termina o concerto com um longo encore sozinho em palco ao piano, acompanhando-se no final dos restantes elementos da banda. Uma aposta ganha com a sala em apoteose a aplaudir a magia e a sensualidade, sempre com contornos de timidez, de Mike Hadreas.

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Se o festival começou em pé neste seu primeiro dia, encerra em pé na black box do gnration. 

First breath After Coma e as viagens de drifter com salpicos de marinheiros, baleias e Oceanos à mistura encheu o exíguo espaço da black box . O cruzamento da influência post-rock com o formato canção que fez do seu disco uma surpresa auspiciosa era apenas o início de uma viagem que agora tem chega ao final deste seu segundo capítulo, como frizaram em palco.

O post rock da banda de Leiria encheu o exíguo espaço da black box. “Umbrae” contou em palco com a presença de David Santos.

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A noite encerrava em ritmo de dança com o projeto nacional Holy Nothing. Ambientes freak ditados pela batuta dos sintetizadores ou ainda as vozes que nos ficam a martelar a memória. Exercício de desconstrução que desafia o ouvinte a um jogo de referenciação com o passado e o presente.
Uma noite com os 2 espaços do Festival a serem pequenos para a grande afluência de público.

Texto e fotografias: Paulo Homem de Melo
Todas as fotografias da primeira noite do festival no facebook da Glam Magazine