“Tape Junk” é o segundo álbum de originais dos portugueses Tape Junk. Em 2013 era editado “The Good and the Mean” pela NOS Discos.
O projeto Tape Junk resulta de uma ideia de João Correia, conhecido como vocalista dos Julie & The Carjackers e baterista de diversos artistas como Márcia, Frankie Chavez ou Walter Benjamin. Dois anos depois da estreia, “Tape Junk” traz um João Correia mais adulto e com uma sonoridade única em Portugal. A edição do novo disco é da responsabilidade da Pataca Discos, a editora de João Paulo Feliciano, conhecido pelo projeto Real Combo Lisbonense.
São 9 os temas que fazem parte deste disco e que ao longo de 33 minutos e 58 segundos fazem vibrar quem o escuta….
“Substance”
A substancia da vida… num tema complexo, e com influencias sonoras de várias origens, mas fazendo recordar a obra prima dos The Beatles, “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”.Mudanças de ritmo, pop, rock, blues e psicadelismo, tudo num único tema a abrir, em grande, este novo disco dos Tape Junk.
“Bag of Bones”
Logo no primeiros acordes “Bag of Bones” faz-nos lembrar os anos 90 e o americano Beck. A voz de João Correia, e com os “coros” de Luís Nunes e Nuno Lucas transporta-nos para o indie country/rock americano de 1995. Um timbre de voz que nos recorda os melhores momentos de Beck. Uma das melhores faixas do disco.
“Scratch and Bite”
O indie rock, sempre com influencias do outro lado do Atlântico, com os riffs únicos da guitarra de Frankie Chavez são a referencia nesta terceira faixa de “Tape Junk”
Um tema em que parte vocal está relevada para segundo plano. É o som analógico puro e duro que faz-nos render a cada segundo do tema. Ao longe avistam-se os Pixies como influencia, ou se não fosse a banda americana, o expoente máximo do indie rock do outro lado do oceano, e uma das fontes de inspiração dos Tape Junk.
“Six String and the Booze”
O blues country com influencias de Johnny Cash chega na quarta feixa. “Six String and the Booze” leva-nos ao imaginário do interior dos Estados Unidos, percorrendo os caminhos de uma vida calma mas atribulada.
“Joyful Song”
A canção mais pop do disco. Recuamos até 1989 numa simplicidade melódica e divertida como o próprio tema apela.
“Me and My Gin”
Fechamos os olhos… e estamos no Delta do Mississipi. “Me and My Gin”, canção para ouvir no final do dia e pensar no que na vida, deixamos para trás e, claro, acompanhados com um copo de gin.
“All My Money Ran Out”
A figura de “Beck” resurge novamente com “All My Money Ran Out”. Um tema simples, bem conseguido, abordando um tema atual. A voz em background de Mariana Ricardo resulta numa sobreposição de vozes excelente resultando num tema alegre e divertido, mas abordando um tema complexo e muito sério.
“The Left Side of the Bed”
O lado mais triste do disco, “The Left Side of the Bed” aborda mais uma situação do quotidiano pessoal. Uma letra simples mas muito bem conseguida mostra que a música retrata a nossa vida quer de uma maneira mais alegre e divertida ou mais agreste. Mariana Ricardo surge igualmente nesta faixa como background voz
“Thumb Sucking Generation”
Sem dúvida o tema mais despreocupante do disco. São praticamente 8 minutos de “loucura” musical. O lado mais “cool” do disco e da vida, letra despreocupada. A finalizar a faixa um excelente solo de Frankie Chavez na guitarra, e a terminar a própria música os créditos do disco são apresentados pela italiana Valeria Cabol
“Tape Junk” mostra uma banda mais adulta em relação ao primeiro trabalho. Canções mais homogéneas e em certos detalhes geniais.
Os Tape Junk são João Correia (voz e guitarras), Nuno Lucas (baixo eléctrico), António Vasconcelos Dias (bateria) e Frankie Chavez (guitarras e slide guitar). Formados em 2012, derivam directamente dos Julie & The Carjackers, banda formada em 2009 por João Correia e Bruno Pernadas.
O disco foi gravado e produzido por Luís Nunes (conhecido por Benjamin), em formato “eight track” no Alentejo em Junho de 2014.
Paulo Homem de Melo (maio 2015)