Não é a primeira vez que o compositor brasileiro Vinicius Castro transforma poemas em música. Em 2012, no seu projeto Som na Sala, o “Soneto XXV” de Pablo Neruda ganhou melodias pelas mãos do compositor e foi interpretado pela ex-The Voice Brasil, Karla da Silva.
Em 2017, quando Vinicius morou em Nova York, compôs e produziu o disco Broken Machine Project, no qual musicou os poemas do norte-americano Patrick Phillips, e que contou com a participação de diversos intérpretes e músicos da cena musical nova-iorquina.
Mas, antes de tudo isso, em meados de 2010, Castro fez a sua primeira incursão no universo da música para textos, ao musicar o poema de Fernando Pessoa, “A Criança Que Ri Na Rua”, gravado no EP de Taiana Machado.
Atualmente a morar em Lisboa, Vinicius lança o projeto Estúdio Quintinha Apresenta, no qual convidará, a cada mês, um(a) diferente cantor(a) para interpretar poemas/textos musicados. Nas três primeiras edições, Castro retoma essa parceria inusitada com o escritor português e traz suas canções feitas para a prosa de Fernando Pessoa.
O desafio de musicar a prosa, e não a poesia, de Fernando Pessoa, surgiu a partir de um convite do curador Carlos Pittella (Brown University, Dept. of Portuguese & Brazilian Studies – Providence, USA), para o evento Dias do Desassossego 2018, na Casa Fernando Pessoa (Lisboa, PT). Trechos do Teatro Estático e do Livro do Desassossego transformam-se em canções que foram apresentadas no evento pelo próprio Vinicius, e que agora ganham vida na internet.
O primeiro convidado é Bruno Xavier. Atualmente em cartaz no Teatro Politeama como Marialva, no musical Severa de Filipe La Féria, o ator e cantor interpreta a canção “Penso, às vezes”, feita a partir de texto do Livro do Desassossego. Bruno integrou o elenco de peças como A Noite da Iguana (Jorge Silva Melo), Fala-me como a chuva e deixa-me ouvir (Lília Lopes), A Freguesia (Ricardo Neves-Neves) e Godspell (Matilde Trocado). Trabalha em televisão desde 2008, e em cinema participou nos filmes Jacinta (Jorge Paixão da Costa) e Spin-off (Farid Salamé).
As filmagens e edições são de Rodrigo Rezende, diretor e produtor audiovisual que já trabalhou em diversas produções para tv, publicidade e cinema. De suas obras, destaca-se a direção do premiado curta-metragem OCO atualmente licenciado pelo Canal Brasil, o curta-metragem Mulher Indigesta e pelo documentário Porto Providência vencedor do primeiro festival 72 horas Rio.
O projeto é gravado e filmado no intimista Estúdio Quintinha, no apartamento de Vinicius em Campolide, Lisboa. Num clima descontraído, com direito a cafés e conversas, os convidados ficam à vontade para emprestar suas vozes aos textos, poemas e canções
