Era uma vez o Centro Cultural Vila Flor virado “Do Avesso”

Em setembro, assinalam-se os 13 anos de vida do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, e o Teatro Oficina, em colaboração com o serviço de Educação e Mediação Cultural, virou o CCVF “Do Avesso” para, juntamente com o público, investigar e desvendar este espaço, percorrendo labirínticos corredores, recônditas oficinas e outras passagens (quase) secretas que abrigam memórias e preservam saberes das pessoas que aqui trabalham.

 

Nos dias 16 e 17 de setembro, o Teatro Oficina apresenta, em colaboração com o serviço de Educação e Mediação Cultural, um espetáculo que é uma visita ou uma visita que é um espetáculo, e abre, assim, as portas do CCVF para levar o público a descobrir “Do Avesso” os lugares secretos deste espaço. “Do Avesso” é fazer o percurso inverso que por norma fazemos quando chegamos ao teatro. É ser levado por um grupo inusitado de pessoas que preenchem o quotidiano de uma sala de espetáculos e ir com elas às entranhas do lugar onde a arte acontece. É ver “Do Avesso” este lugar que apenas vislumbramos na distância que compete à plateia.

 

Nesta visita performativa ao CCVF, vai investigar-se o que se esconde atrás do que está por trás – o que não se vê, o que não está em cena. Uma incursão que nos leva a descobrir onde nos levam os labirínticos corredores, as recônditas oficinas e outras passagens (quase) secretas que abrigam memórias e preservam saberes das pessoas que trabalham neste espaço, cuja magia começa fora do palco, na vida de todos os dias, no delicado labor de quem, com desvelo, prepara momentos tão efémeros quanto singulares.

 

Abrir de par em par as portas várias deste lugar onde, como no teatro, moram muitas artes dentro (a música, a dança, a literatura, a pintura, a arquitetura, a fotografia, o cinema…), é um modo breve de partilhar as invisibilidades que o atravessam, arredando as chaves das fechaduras, espreitando o interior dos gestos e o avesso das paredes. Aqui, vamos perder-nos nos lugares invisíveis onde se dá corpo e matéria à arte. Explorar o que guardam os camarins e descobrir as salas que armazenam os objetos que fazem das tábuas do palco o lugar da magia e do encantamento. Assim se sente o pulso de um espaço que se faz de pessoas e para pessoas. Tudo existe e acontece porque alguém respira por detrás das paredes. Alguém está ali, escondido nas cortinas, nos panos negros, no escuro das sombras para que o espetáculo aconteça. É neste inverso que o público é levado a explorar esconderijos que lhe estão vedados, indo pelos misteriosos caminhos que são as veias de um teatro, sempre bem acompanhados. “Do Avesso” é o projeto vencedor da 1ª Bolsa do Gangue de Guimarães (artistas de artes performativas cartografados pelo Teatro Oficina que são provenientes de Guimarães ou com íntima relação com este território, encontrando-se espalhados pela cidade, pelo país e pelo mundo). Entre os elementos que constituem este projeto encontra-se Manuela Ferreira, responsável pela encenação e dramaturgia, e Mário Alberto Pereira, Rita Morais e Tiago Porteiro, no papel de intérpretes.

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