Em setembro a Temporada Portugal-França 2022 apresenta 25 novos projetos…

Setembro é o mês dos recomeços e também da rentrée que oferece um novo fôlego à vida cultural do país. Inevitavelmente, a Temporada Portugal-França está na frente com 25 novos espetáculos, exposições e encontros que giram à volta dos universos artísticos e científicos, e que fortalecem os laços entre os dois países.

No eixo da preservação dos oceanos, um assunto caro para Portugal e França, nasce o convite à viagem e ao cuidado com essa casa comum através de um dos grandes destaques da Temporada, o Fórum Oceano.

Nos dias 26 e 27 de setembro, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, este projeto cruzado, com o apoio científico do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e do Institut de l’Océan de l’Alliance Sorbonne Université, materializa o “sentimento oceânico” com uma série de quatro mesas redondas multidisciplinares que apresentam uma visão partilhada sobre o Atlântico, e cuja missão é sensibilizar um público não especializado para os desafios da conservação, valorização e gestão dos recursos do oceano.

Em Lisboa e também com o mar enquanto elo, mas entre duas artistas, a exposição “Twin Islands” apresenta os percursos de Sara Bichão e de Violaine Lochu, que, tal como mulheres naufragadas, trabalharam em espelho, separadas em duas ilhas atlânticas, perto das costas europeias: Ouessant e São Miguel. Depois de ouvirem as baleias, falarem com as plantas circundantes e de se familiarizarem com a linguagem do mar, Bichão e Lochu regressaram com experiências singulares e com uma coleção de sons, sinais e formas que são agora transmitidas através de objetos fabulosos, para conhecer nas Carpintarias de São Lázaro, até 2 de outubro.

Recurso natural limitado, mas fonte inesgotável de inspiração, o mar está também no centro das criações de François Joncour e Sandra Rocha. Em “Alta Pressão”, o universo do artista francês – habitado por sons captados por oceanógrafos, música eletrónica, vozes e instrumentos de corda e sopro – e a escrita visual onírica da artista portuguesa encontram-se numa instalação visual e sonora sobre sereias, humanos, natureza e catástrofe, para visitar na Galeria Fonseca Macedo, em Ponta Delgada, de 22 de setembro a 5 de novembro.

Das ilhas para o continente, a mostra “Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental”, patente nas Galerias Municipais de Lisboa – Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, a partir do dia 8 de setembro, homenageia a matriarca do cinema africano, autora de uma vasta filmografia antirracista, anticolonialista e feminista. Na Matinha, zona oriental da cidade, o arrojado Festival Iminente, num compromisso com o desenvolvimento de comunidades locais e a promoção da diversidade, integração e educação artística, regressa a casa depois de uma edição inédita em Marselha, trazendo a Lisboa talentos e sons irreverentes da cena francesa. DJ Khéops e o grupo de hip hop IAM são duas das grandes atrações da Temporada no festival, com apresentações nos dias 22 e 23 de setembro, respetivamente.

Em Guimarães, a Temporada propõe mais dois momentos cruzados entre Portugal e França. No diálogo com Clermont-Ferrand, o projeto “Imagine!” resulta da parceria entre a Contextile – Bienal de Arte Contemporânea e o FITE – Festival International des Textiles Extraordinaires, duas entidades que promovem a dimensão artística do têxtil. Até 30 de outubro, em vários espaços, o programa, concebido em forma de espelho para as duas cidades, contempla exposições, residências artísticas em intercâmbio, seminários/talks e projetos específicos para estudantes. Com Dijon, entre 16 e 30 de setembro, a iniciativa “Sabores Cruzados” permite explorar as deliciosas e tentadoras possibilidades gastronómicas dos produtos da capital da Borgonha em espaços como o restaurante Trattoria, o Jardim da Alameda e os Claustros da Câmara Municipal de Guimarães.

No final do mês, o Centro Cultural Malaposta, em Odivelas, é o palco do festival Mostra Outras Pistas, integrado na programação da Temporada com cinco espetáculos. “Une Partie de Soi” corta assim a meta inaugural, no dia 24 de setembro, com uma peça inédita de novo circo, escrita e interpretada pelo acrobata português radicado em França, João Paulo Santos. Com o mastro chinês como parceiro há mais de duas décadas, o artista constrói uma coreografia densa e potente, feita de repetições e de tempos prolongados.

Partilha