Duran Duran… Os Rapazes selvagens liderados por Simon “Lisbon”

Lisboa… 25 de Junho de 2022… Para muitos a noite que vai ficar na história do Rock in Rio Lisboa. Apesar de não ser a primeira vez que os Duran Duran atuam em Portugal, mas sim a 5ª (sim a primeira vez foi em 1982 com passagem por Lisboa e pelo Porto), a banda liderada por Simon Le Bon já não pisava palcos nacionais desde 2008 num concerto de má memória no Super Bock Super Rock.

14 anos depois essas memórias ficaram esquecidas, provavelmente poucos eram os repetentes. Se em 2008 a afluência do público ficou aquém das expectativas do festival, a noite de sábado, apesar de ser uma das mais fracas em termos de afluência do rock in rio Lisboa, recebeu de braços abertos a banda de Birmighan.

Voltando ao início, para muitos fãs era a primeira vez que assistiam a um concerto da banda em Portugal. Na memória estavam canções dos discos dos anos 80. Ao longo dos últimos 40 anos, os Duran Duran têm construído uma carreira com altos e baixos, com discos e canções que são fundamentais para a cultura pop, e outros, que passaram ao lado do sucesso que se imprime à banda.
Seria com um throwback até 1984 ao som de “Wild Boys” que a máquina britânica entrava em força no Palco Mundo. O alinhamento do concerto foi assente num regresso ao passado, com vários desvios entre os sucessos dos anos 80 e um toque de modernidade com alguns escassos retratos sonoros atuais. Dos clássicos “The Reflex”, “Planet Earth” ou “Union of the Snake”, sem esquecer o mítico “A View to a Kill”, a temporalidade das canções da banda percorreu uma carreira de 40 anos. Desde “Notorious” já da segunda metade da década de 80 até anos 90 ilustrados em “Come Undone” ou “Ordinary World” numa singela, mas sentida, homenagem ao povo Ucraniano, a banda teve inclusive a oportunidade de desalinhar de um line up mais clássico, ao recuperar um dos temas preferidos de Nick Rhodes, “White Lines” ou o intemporal, mas vibrante, e que nunca foi single, “Hold Back the Rain”.

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O concerto caminhava a passos largos do fim, o tempo deslizava rapidamente entre sucessos e a voz rouca de Simon “Lisbon” (Simon Le Bon dixit), que ao longe do concerto se agudizava. Faltavam aquelas, aquelas canções, que para muitos são um marco de uma era, duma época em que ser fã dos Duran Duran não era compreensível por muitos. “Girls on film” surgia no alinhamento, mas conhecedores dessa realidade vivida na época, recuperam o tema de Calvin Harris Acceptable in the 80’s” como forma de afirmar entre os acordes de “Girls on film”… sim nos anos 80 era aceitável… Mas será que ainda o é?

Num dos poucos concertos do Rock in Rio que teve direito a encore, os Duran Duran regressavam a palco debaixo de uma calorosa ovação. O brinde final era uma viagem até ao ano de 1982 e a um dos melhores disco de sempre da música pop, “Rio”.
Surgiam os acordes de “Save a Prayer”, canção que encontrou na Ucrânia o seu destino, num apoio massivo ao povo daquele pais. Para o final e já com a voz rouca e cansada, recuperam-se energia para uma viagem sonora até “Rio”, onde a leitura atual do tema deu ainda mais consistência à canção como uma das melhores de sempre dos Duran Duran.

Foram 19 canções vividas com emoção, com paixão, mas sobretudo com uma nostalgia enorme ao recordar 40 anos de carreira de uma banda, que cada vez mais é um ícone da cultura pop mundial.

Galeria 2

Reportagem: Sandra Pinho
Fotografias: Arlindo Homem (Galeria 1) / Paulo Homem de Melo (Galeria 2)

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