Em 1982, Spike Cassidy e Kurt Brecht fundaram uma banda de crossover, numa altura em que o género dava os primeiros passos. Em 2022, Vagos marcou presença na tour de celebração desses 40 anos dos Dirty Rotten Imbeciles.
Aliás, tour foi coisa que nunca deixaram de fazer – em grande parte devido à luta contra o cancro do colon de Cassidy – ainda que o último álbum de longa-duração, “Full Speed Ahead”, já tenha também uma idade bonita (27 anos). Diz-se que estão a preparar o seu sucessor, mas os temas mais recentes que tocaram foram “Who Am I” e “I Don’t Need Society”, do split EP que editaram com os Raw Power em 2001 (“The Dirty Rotten Power EP”). Não que tenha feito grande diferença – este é o tipo de música que nunca envelhece e músicas novas ou de há 30 anos atrás têm sempre a mesma força (e recepção) ao vivo.
“Pessoal têm de aguentar que eu também vou tentar”, foi esta a mensagem do vocalista Carlos Guerra nas redes sociais quando sairam os horários do último dia do Vagos Metal Fest, anunciando Serrabulho às duas da manhã. E “o pessoal” aguentou, com uma folia de fazer inveja a qualquer criança hiperactiva. Eles foram o jogo da cadeira em “Cripple Bitch”, rodas que chegaram às barracas da comida do outro lado do recinto, espuma a cobrir os comboios humanos em “Toco Loco du Moi” e o “bailado” em “Lèche Moi Les Couilles”…
Mesmo quem não é grande apreciador de grindcore, não resiste a semelhante festa – independentemente da hora. Parabéns (e agradecimentos) à Amazing Events por mais uma vez reforçar o título “melhor festival de metal de Portugal” atribuído ao Vagos Metal Fest.
Até para o ano!
Fotografias / Reportagem: Renata Lino
