A noite de quarta feira do Festival Ao Largo ficou marcada pela participação do Coro Teatro Nacional São Carlos sob direção musical de João Paulo Santos. O espectaculo “Petite Messe Solennelle” foi um tributo aos profissionais que têm estado na primeira linha do combate ao COVID 19.
Composta em 1863, 34 anos depois da subida à cena da última ópera de Rossini (Guillaume Tell), Petite Messe foi escrita em Passy, onde o compositor decidiu passar as últimas décadas da sua vida e onde, além de cozinhar infatigavelmente, recebia com a mulher os amigos de ambos, nos célebres samedi soirs.
Para esses amigos, Rossini compunha pequenas peças de câmara, muitas vezes vocais, a que chamou os seus péchés de vieillesse. A missa parece ter sido encomendada pelo conde Alexis Pillet-Will, a cuja mulher, Louise, é dedicada. É estruturada em vários andamentos, na tradição da missa solemnis, mas Rossini chamou-lhe ironicamente petite. A inabitual orquestração original para vozes, dois pianos e harmónium bebe na tradição napolitana do século XVIII. Rossini queria 12 cantores no total: oito coristas e quatro solistas. Foi estreada a 14 de março de 1864 no hôtel da condessa em Paris. Solistas foram as irmãs Carlotta e Barbara Marchisio, Italo Gardoni e Luigi Agnesi. Nessa ocasião, Rossini virou as páginas e marcou o tempo com a cabeça. À estreia assistiram Meyerbeer, Auber, Thomas.
Em 1867, 3 anos depois, Rossini orquestrou a obra. A primeira execução desta versão foi dada a 24 de fevereiro de 1869.
Marcaram presença nesta noite de 4ª feira no Festival Ao Largo o Ministro da Defesa Nacional, Dr João Gomes Cravinho; Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Dr André Caldas; Presidente do Opart, Drª Conceição Amaral; Diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos, Elisabete Matos e o Diretor-geral do Património Cultural, Engº Bernardo Alabaça
Fotografias / Reportagem: Arlindo Homem