A 17ª edição do Circular Festival de Artes Performativas está de regresso com um programa pluridisciplinar e experimental que cruza a dança, a música, o teatro, a performance e o pensamento, onde reside uma ampla diversidade temática suscitada por cada uma das propostas autorais.
O Circular Festival de Artes Performativas apresenta em 2021 propostas de Volmir Cordeiro, João Pais Filipe e Mónica Baptista, CZN, lançamento do CD com obra de Jorge Peixinho e Eduardo Luís Patriarca pelo Drumming GP, Clara Amaral, Raul Maia, Maria Filomena Molder, Jornal Coreia e performance de Hwayeon Nam, e Los Detectives.
A 17.ª edição do Circular Festival de Artes Performativas arranca a 18 de Setembro (Sábado) com a inauguração às 17:30 da exposição “Membrana” de João Pais Filipe e Mónica Baptista, uma co-produção com a Solar – Galeria de Arte Cinemática/Curtas Metragens de Vila do Conde. “Membrana” apresenta um conjunto de esculturas sonoras, fotografias e vídeos, resultantes de uma residência dos artistas no Uganda em 2019, e inclui um momento performativo.
No mesmo dia, às 21:00, “Calçada”, do coreógrafo brasileiro Volmir Cordeiro (adiado em 2020 pelas limitações causadas pela pandemia), é apresentado em estreia nacional no Teatro Municipal de Vila do Conde. “Calçada” junta seis intérpretes em palco e apresenta-se como um espectáculo vibrante e celebratório, um espaço de liberdade, de expansão e de “circulação de mundos”, no qual se reinventa e se redefine a experiência comunitária. Volmir Cordeiro é um dos nomes mais entusiasmantes da dança contemporânea e as suas obras têm sido vistas com frequência no Circular e em Portugal nos últimos anos.
A fechar o programa de abertura do Circular, segue-se também no Sábado, às 22:30, no Auditório Municipal de Vila do Conde, um concerto de CZN, projecto dos músicos percussionistas Valentina Magaletti, João Pais Filipe e do produtor Leon Marks, que traz-nos o seu mais recente álbum “Commutator”, lançado em Maio deste ano, preenchido por tonalidades tribais, ritmos hipnóticos e cadências de construção enérgica e progressiva.
O Festival prossegue no dia 24 de Setembro (sexta-feira), no Centro de Memória, com a ante-estreia da performance “She gave it to me I got it from her”, uma proposta intimista da coreógrafa Clara Amaral que desenha o gesto e a palavra a partir de um livro. A performance decorre em oito sessões com lotação limitada de cinco pessoas cada.
Também na Sexta-feira, 24 de Setembro, às 21:00, no Teatro Municipal de Vila do Conde, será lançado o disco “Peixinho Patriarca Percussão” do Drumming Grupo de Percussão dedicado a repertório dos compositores Jorge Peixinho e Eduardo Luís Patriarca, numa co-edição Drumming GP e Circular Festival. Este álbum surge na continuidade de um concerto realizado no Circular em 2017, que aliou os dois compositores com relevante ligação à cidade de Vila do Conde. A sessão vai contar com um breve concerto das peças musicais “Kado” de Eduardo Patriarca (para Marimba-caixas chinesas e electrónica, 10′), um excerto de “Electrínicolírica” (1979) de Jorge Peixinho (para electrónica), e a estreia absoluta de “Study for Marimba and Bongos” de Camila Salomé Menino. Segue-se uma conversa com Eduardo Luís Patriarca, Miquel Bernat, Daniel Moreira, Pedro Góis, Paulo Vasques e Dina Magalhães.
O coreógrafo Raul Maia estreia “a fala da racha”, uma criação co-produzida pelo Circular, que parte de um lugar teatral fragmentado nas linguagens física, textual, sonora e dramatúrgica. O espectáculo de dança sobe ao palco do Auditório Municipal de Vila do Conde nos dias 24 (Sexta-feira), e 25 de Setembro (Sábado). Raul Maia é um criador português que regressou recentemente a Portugal depois de 12 anos a residir na Áustria.
O ciclo “Questões Práticas” (Programa Educativo da Circular) cruza-se no festival com a conferência “Ensaio de decifração de um enigma: A poesia dramática é a causa finalis da vida humana e do mundo (Goethe)” pela filósofa Maria Filomena Molder, professora catedrática de estética, com uma vasta obra sobre arte, filosofia e literatura. A conferência, especialmente dirigida a estudantes do ensino superior ou profissional, nomeadamente de áreas ligadas à dramaturgia, coreografia e outras disciplinas artísticas, programadores e gestores culturais, professores, público geral, realiza-se no dia 25 de Setembro (Sábado), no Teatro Municipal de Vila do Conde.
Também nesta edição do Festival tem lugar o lançamento do Jornal “Coreia” #5 apresentado pelo seu editor, João dos Santos Martins, com a projecção do filme “Against Waves” e da performance “Ehera Noara” da artista sul-coreana Hwayeon Nam, interpretada por Ji Hye Chung, que revisita o arquivo de uma das precursoras da dança moderna coreana Choi Seung Hee. O lançamento acontece no dia 25 de Setembro (Sábado), no Salão Nobre do Teatro Municipal de Vila do Conde. O Jornal Coreia é co-produzido pelo Circular e dirigido pelo coreógrafo João dos Santos Martins. Com periodicidade semestral e distribuição gratuita, dedica-se à produção de pensamento e crítica em torno das artes performativas.
A finalizar o Festival, o colectivo espanhol Los Detectives apresenta em estreia nacional “Pienso casa, digo silla”, uma peça teatral com traços de humor que aborda numa perspectiva de género as experiências visionárias de mulheres da Idade Média. Este colectivo trabalha de forma multidisciplinar, integrando nas suas peças abordagens muito diversas com contributos de disciplinas como a História, a Antropologia, o Cinema ou as Artes Visuais. O espectáculo tem lugar no dia 25 de Setembro (Sábado), no Teatro Municipal de Vila do Conde.