Circo contemporâneo supera “Vão” entre o real e o imaginário

A aproximação do Natal é, para muitos, indissociável do circo. Fazendo jus à quadra e às suas tradições em família, mas com um toque de contemporaneidade, o Teatro Carlos Alberto (TeCA) recebe “Vão”, de 20 a 22 de dezembro.

Apresentado pela Erva Daninha, este assume-se como um “peculiar espetáculo de circo contemporâneo”, sendo resultado de um trabalho de pesquisa de novas formas de fazer e dar a ver esta arte por parte da companhia. “Vão”é uma coprodução da Erva Daninha com a rede 5 Sentidos, que inclui dez instituições de todo o país, incluindo o Teatro Nacional São João.

 

Juntando dois criadores de gerações, técnicas e experiências distintas – Vasco Gomes, malabarista e diretor artístico da Erva Daninha, e Leonardo Ferreira, acrobata recém-formado pelo Centre National des Arts du Cirque –, “Vão”é mais do que a roupagem moderna do novo circo. O espetáculo constrói-se a partir de uma dramaturgia não narrativa, integrando as técnicas de circo na abordagem ao seu tema e subcapítulos. Não existindo um texto ou um alinhamento pré-estabelecido que sirva de fio condutor para a criação, característica vincada em outros espetáculos da Erva Daninha, “Vão”parte do real para o imaginário, abordando o simbólico através dos objetos e das situações.

 

Partilhando um palco como se este fosse uma estrada de sentido único, congestionada de informação, ilusão e influências, as duas personagens do espetáculo vão tentar superar esse vão existente entre o real e o imaginário, oscilando entre situações de cooperação e de conflito. Esse espaço unívoco vai-se transformando num espaço-laboratório, com um ambiente tenso e inesperado, no qual o espectador vai ser conduzido pelo virtuosismo da acrobacia e da manipulação de objetos, elevando-os a um meio de comunicação de emoções e deias.

 

Photo: Susana Chico

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