Best Youth os verdadeiros Cool Kids na Casa da Música

Sempre e quando… o universo de Catarina e Ed invadiram a casa da música no Porto no último dia do mês de janeiro

Com um novo disco, “Everywhen”, o terceiro capitulo de um livro iniciado em 2010, os Best Youth apostaram forte no concerto de apresentação na sua cidade depois de uma primeira incursão em Lisboa. Neste novo disco, gerado em tempos de pandemia, encontramos a simplicidade do duo mais adulta, fruto de uma envolvência sonora delineado do início ao fim pelos dois.

O carinho pelos fãs surge logo nos primeiros acordes, com uma declaração de amor ad eterno, “Eternal Love” uma das novas faixas de “Everywhen”. Amor eterno juntamente com um prazer sonoro, emana do palco logo de seguida com “Ace of Pleasure” a conquistar os fãs.

Mas seria o impacto de “Back with a Bang” a ‘acordar’ a sala e a libertar os primeiros coros entre o público. Uma contemplação sonora, que ilustra da melhor forma a alta costura harmoniosa de “Everywhen”. Os sentimentos refrescantes de “Midnight Rain” sempre “Out of Time” mergulhavam na profundidade de sempre e quando. Mas essa incursão sonora leva-nos para outras utopias, com “New Boy New Girl”, numa ressonância de auto afirmação, de um novo Ed e de uma nova Catarina. Os Best Youth são esse reflexo, uma máscara melódica capaz de “Change Your Life”

 

De repente fecha-se um capítulo o último, a última página (“Last Page”) de um livro aberto no nesse terceiro capítulo, e que recua para as primeiras páginas, envolvidas no surrealismo pop de “Black Eyes”. Desfolhando essas páginas e páginas, somos levados para o início, para uma parte invernal numa altura que se escreveu a partir de um “Hang Out”, partilhado de forma minimalista no meio do público.

 

Seria a responsabilidade sonora, ou melhor a irresponsabilidade que iria conduzir o concerto para uma toada mas refrescante e dançável, apesar da timidez do público que deixou que “Running to You” ou “Into the Blue” seguissem sem grande magnetismo no alinhamento do concerto, despertando de forma suada ao som de outras latitudes abrilhantadas pela “Rumba Nera”. Com o ambiente em temperaturas tropicais, o livro desdobra-se em páginas gastas de outrora, mas sempre preteridas pelos fãs como “Part of Noise”

Sem bola de espelhos mas com a energia já habitual, Catarina e Ed absorvem-se em “Mirrorball”, momentos antes de um baixar do pano em sentido figurado num “Nightfalls” iluminado.

Com um encore programado e obrigatório, o vermelho, de uma paixão sonora de um anterior capítulo ou etapa da carreira dos Best Youth, invade o palco de forma envolvente aos primeiros reflexos harmoniosos de “Red Diamond”. Entre reflexos e bolas de espelhos inexistentes, somos levados no final até 1999, em universos paralelos de uns verdadeiros “Cool Kids”

Sim… os Best Youth são os verdadeiros Cool Kids de uma dream pop adulta e responsável e costurada ao mais alto nível.

🖋 Sandra Pinho

📸 Paulo Homem de Melo

 

 

 

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