Não sabemos de onde aparece tanta necessidade de dar o corpo ao manifesto, mas nesta faixa “Dançar na Pista de Choro”, vemos a noite através dos olhos de alguém que não sabe o que quer, o que tem e o que perdeu.
Sentimos o arrastar pelas ruas em busca de uma satisfação que raramente aparece e vamos acompanhando o caminho até ao esperado vazio esperançoso, o pensamento recorrente desta ainda poder ser a noite em que tudo muda, em que os problemas desaparecem e temos 20 anos para sempre, cega-nos como “as luzes não param de piscar”.
Há claramente um desavergonhado roubo de estética, as brilhantinas dos anos 80 misturam-se com a sujidade dos 90, mas como criador exemplar, a chapada de novo ar também está lá e toda a lengalenga que vamos escutando culmina na criação de um novo estilo, estilo que o projecto adopta e reclama para si, auto-intitulando-se como a primeira banda de Lacrimodance do mundo.