As personagens de Leonor Baldaque na Casa da Música

As expectativas eram grandes, quer para o publico quer para Leonor Baldaque, que fez a sua estreia num (grande) palco na noite de quinta feira, 22 de fevereiro, na sala 2 da Casa da Música no Porto.

Perante uma sala acolhedora, mas tímida, Leonor enfrentou sozinha em palco os fãs ou os curiosos em conhecer a aventura da atriz neste seu novo mundo sonoro.

Com uma entrada tímida e nervosa, Leonor seguiu um fio condutor de histórias musicadas, balanceadas sobre personagens que criou no seu “eu” mais intimo.
Few Dates of Love” é um guião, é uma longa metragem sonora com altos e baixos mas sempre com uma ilustração sonora recuperada de memorias fictícias e por vezes até arrojadas.

 

Segundo a própria Leonor, é sempre difícil num curto espaço de tempo encarnar um número alargado de almas residentes na sua intimidade. No cinema “corta-se” e continua-se depois, ali não. É difícil expressar em canções essa intimidade muito própria e singular.

Dos poemas de Leonard Cohen ou Bob Dylan, e até a guitarra do último, surgem no ego e no amago de Leonor Baldaque, nas suas inspirações e nas suas descobertas, sempre ilustradas com a sua voz melódica.

Seguindo o seu próprio guião, Leonor seguiu o seu caminho entre frases soltas mais ou menos elaboradas e ou desconstruídas. Afastou o seu discurso do público, culminando num final tímido mas sincero, de quem enfrentou uma grande sala pela primeira vez, acompanhada por uma guitarra, e longe dos diálogos de circunstância de outros concertos

🖋 📸 Paulo Homem de Melo

Partilha