As Lazy Sessions chegam a Braga…

As Lazy Sessions at Virtudes surgiram numa altura de crise no país, quando as salas de concertos da cidade do Porto se encontravam desertas. Houve necessidade de ir ao encontro do público e conseguiu-se juntar várias forças para a sua realização. Desde, então, o Jardim das Virtudes passou a ser um ponto de referência nas tardes de fim-de-semana daquela cidade. Os eventos Lazy Sessions cresceram de forma sustentada, com espírito descontraído, mas urbano, uma iniciativa que animou as tardes de sábado do Porto, promovendo os novos nomes do panorama musical português. As Lazy Sessions tornaram-se num espaço de encontro de pessoas de todas as idades, desde grupos de amigos, famílias completas e/ ou os visitantes/ turistas que passam pela cidade.

Depois do sucesso no Porto, a organização das Lazy Sessions aposta na cidade de Braga, promovendo as Lazy Sessions Guadalupe. O local escolhido é o Parque de Guadalupe, na freguesia de São Victor, mesmo no centro de Braga, localizando-se no topo da colina de Guadalupe. É o local com maior altitude da cidade de Braga. Devido às características únicas deste espaço, com vista privilegiada sobre a cidade, era sem dúvida o local ideal para a realização deste evento, convidando as pessoas a visitá-lo e usufruindo deste espaço único.

O conceito para as Lazy Sessions Guadalupe consistiu em convidar personalidades de relevância do panorama musical português para fazerem a curadoria de uma tarde no Monte de Guadalupe e convidarem, por seu turno, bandas e DJs com os quais se identifiquem e considerem projectos a ter em conta no futuro. Os curadores da 1ª edição das Lazy Sessions Guadalupe, nos dias 16, 23 e 30 de Junho de 2018, são Adolfo Luxúria Canibal, Branko e Manel Cruz. A entrada é gratuita.

 

Lazy Sessions Guadalupe > 16 Junho

Curadoria Adolfo Luxúria Canibal

“Para a sessão de abertura das Lazy Sessions Guadalupe,  imaginei um som que convidasse ao desfrute de uma tarde estival num jardim calmo e ameno, com extensos relvados e algumas árvores, tão desconhecido dos bracarenses mais jovens. Um som que fosse repousante, a dar espaço para a descoberta do lugar, mas ao mesmo tempo suficientemente enérgico e apelativo para suscitar a curiosidade e a vontade de conhecer as bandas que o criam. No fundo, um som mágico, capaz de levar as pessoas até ao alto de Guadalupe e de as fixar por lá, por entre as sombras do jardim, fruindo o escorrer da tarde e encontrando o prazer da música e da comunhão com a cidade e a natureza. Para dar corpo a esse som imaginado lembrei-me de duas novas bandas com raízes bracarenses: os FERE e os Dead Men Talking. Os Fere praticam um post-rock instrumental de toada densa e sufocante, com alguns laivos de metal arrastado, para exprimirem as diferentes manifestações do mar e das relações do homem com o mar, do breu do abismo mais profundo ao esplendor níveo da espuma que se espraia na areia, das lutas e dos prazeres, das dores e das alegrias. Os Dead Men Talking são praticantes de um post-punk muito alicerçado na electrónica, com cambiantes próximos da dark-wave e da música industrial. A sua temática é a desolação e a busca de um lugar para o homem na agreste selva tecnológica da vida moderna. E para complementar, lá estarei eu, a pôr discos e a partilhar a música do meu contentamento, rock antigo e rock novo, psicadelismos vários, para uma tarde bem passada e inesquecível.”

 

Lazy Sessions Guadalupe > 23 Junho

Especial S. João + Curadoria Branko – Enchufada Na Zona

A curadoria da matiné de S. João é assumida pela organização das Lazy Sessions Guadalupe que privilegiaram o panorama musical bracarense ao escolherem duas bandas e um DJ com residência em Braga. Dona Carioca, umas das rainhas do funk em Portugal, foi a escolha adequada para desfrutar o sunset do dia 23 de Junho, ao som da sua música funk, disco sound e dance. Vindo de Coimbra, Vítor Torpedo dará as boas vindas à noite de S. João, na hora da sardinhada, com o seu Karaoke Show sui generis de humor aguçado. Após o jantar, os Quadra completam a programação da Lazy Sessions Especial S. João, “levando-nos a um local imaginário onde a convergência de estilos musicais e a flexibilidade de fórmulas de construção musical são o combustível perfeito para criar uma sonoridade intensa, vibrante, poderosa.” Toda a programação acima citada é alternada com a escolha musical do DJ Terzi que, durante a tarde e até à hora do fogo-de-artificio, nos oferece “o equilíbrio e a euforia do beat matching“ com a sua excelente e versátil colecção de vinil.

Em Guadalupe, o Especial S. João começa às 16:00 horas, entrando pela noite dentro, até às 04:00, com a Curadoria Branko – Enchufada na Zona, logo após o fogo-de-artifício. “Com esta curadoria, quis trazer comigo o melhor que a cena electrónica global portuguesa tem para oferecer, e ninguém mais apropriado do que os produtores e DJs PEDRO e Rastronaut. Ambos são membros fundamentais da família Enchufada, a editora que fundei há uma década e que se tornou no quartel-general desta cena musical que está a tomar conta de Lisboa (e que dia 23 de Junho vai tomar conta de Braga também). Juntos já tocámos um pouco por toda a Europa e não há melhor do que estarmos em família a fazer aquilo que mais gostamos de fazer: pôr as pessoas a dançar com as batidas mais incríveis do planeta.”

 

Lazy Sessions Guadalupe > 30 Junho

Curadoria Manel Cruz 

“Podia dissecar a razão pela qual escolhi os Lazy Faithful e os HITCHPOP, e a verdade é que há vários motivos, como o facto de apresentarem propostas com uma identidade muito própria. Quer uns quer outros, apesar de se espraiarem em diferentes universos estéticos e conceptuais, têm em comum a excelência da narrativa e a criação de espaços sonoros. No caso dos Hitchpop, existe a premissa do improviso, como elogio do inesperado e reacção a este. Os Lazy Faithful  assumem a canção no seu sentido mais convencional e conseguem, a meu ver, tornar esse limite apenas um ponto de partida para algo genuinamente pessoal e criativo. São todos músicos que entregam à música o que ela precisa, respondem apenas ao que ela pede, e por os conhecer pessoalmente, reconheço-o na forma como os sinto sentir a música. Mas se não pudesse dissecar as razões diria apenas e mais sem-merdamente que soam bem pra carago.”

 

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