André Carvalho antecipa novo disco “Lost in Translation” com vídeo “Uitwaaien”

André Carvalho lança o seu 4º álbum enquanto líder, inspirado em palavras intraduzíveis. Segundo o contrabaixista e compositor, após ter tropeçado neste maravilhoso mundo das palavras intraduzíveis, escreveu um novo ciclo de música inspirado em palavras de mais de 10 línguas como o Sueco, Urdu e Wagiman (língua actualmente falada por apenas 2 pessoas no mundo).

 

Ao referir-se a este novo trabalho, André pretende colocar a seguinte pergunta: “Alguma vez quiseram dizer algo mas não encontraram a palavra certa?”. Segundo André, por vezes a palavra está mesmo na ponta da língua mas, outras vezes, simplesmente não existe uma palavra… Ou, pelo menos, na nossa língua. Carvalho continua, dizendo que, por mais fascinante que a língua Portuguesa seja, sempre teve dificuldade em expressar certas ideias usando apenas uma palavra. E, mesmo que soubesse todo o léxico, tem a certeza que este problema persistiria.

 

 

“Não só queria escrever música inspirada neste universo tão peculiar como também, usar uma instrumentação diferente da que usei nos meus anteriores álbuns. Paralelamente, idealizava um grupo sem bateria, onde o espaço e o respeito pelo silêncio fosse uma constante. E, com vista a perseguir uma sonoridade contemplativa, intimista e ao mesmo tempo crua, algo que imaginava com bastante clarividência, tentei usar elementos colorísticos e texturais, para além dos tradicionais elementos musicais como a melodia, harmonia e ritmo. Com todos estes pressupostos a escolha dos músicos pareceu-me óbvia!”.

 

Assim, a Carvalho junta-se o saxofonista José Soares e o guitarrista André Matos, músicos com quem tem colaborado intensamente nos últimos anos e que formam, assim, o “core” do grupo. Nalguns dos temas, junta-se ao trio o jovem trompetista João Almeida.

Ao falar sobre “Lost in Translation”, André cita uma icónica frase de Wittgenstein: “os limites da minha língua significam os limites do meu mundo”. André diz realmente acreditar nisto e que, para si, ao aprendermos novas palavras, a nossa consciência se torna mais sensível aos outros, tornamo-nos mais empáticos e o nosso mundo se torna mais rico.

 

Estão já agendadas algumas apresentações ao vivo de “Lost in Translation”, nomeadamente, na Galeria Zé dos Bois (14 de Outubro), na Casa da Cultura de Setúbal (15 de Outubro) e na Casa da Música do Porto (16 de Outubro). O álbum sairá dia 15 de Outubro pela editora americana Outside in Music.

Partilha