Aldina Duarte com novo álbum… “tudo recomeça”

A guitarra funciona como o passo que anuncia um peso. E o peso surge e afinal é leve e afinal é pesado e afinal é substância densa; o som não é tudo; o tudo é escuro; este som nunca se ouviu, escuta-se; a voz da vida, escuta-se; versos para doer, pés para serem pés.

O som que faz ver, que esclarece, que faz clareira em redor do centro: Um cego cantando via. O som e a voz da Aldina são isto: som que desbasta o mato acelerado das coisas imediatas, voz que faz clareira em redor de quem vive; uma forma de ser trágico e lúcido; clareza é isto: clareira em redor da voz que fica – e som que é quase tudo: tranquilidade e peso, leveza e tranquilidade: o peso surge e afinal é leve e afinal é pesado e afinal é substância densa.

 Aldina. Ela não aprende a ser outra. Como alguém que de novo se perdeu para de novo encontrar um novo sítio. E de novo encontrou – é substância densa.

Gonçalo M Tavares

 

Em “Tudo Recomeça”, não houve prazos de estúdio a cronometrar o processo. Cada fado teve direito ao seu próprio tempo, emocional e interpretativo. Para manter a coerência estética com a obra sólida e intemporal, Joaquim Monte foi a escolha. “Precisava dos ouvidos e da cumplicidade profissional de alguém com quem tenho gravado sempre nos últimos anos, desde o Romances com o meu único produtor musical, o Pedro Gonçalves”, justifica.

 

Em Aldina Duarte, há muito deles, dos produtores, músicos e poetas que regam a tradição, de forma a mantê-la viva, relevante e expressiva.

 

“Tudo Recomeça” tem edição agendada para 18 de março

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