O início do mês (8 de Abril) traz ao Musicbox o concerto do quinteto do rock tuaregue Imarhan, que vem pela primeira vez a Lisboa para a apresentação do disco lançado em janeiro, “Aboogi“. A sonoridade de Imarhan reflete o background cultural e geracional do grupo de amigos que se juntou por volta de 2008 para fazer música de uma forma muito descontraída. É numa junção de ritmos pan-africanos, melodias sonantes e o Tuareg tradicional que a banda foi catapultada para um lugar bastante sólido no panorama internacional, partilhado com os Tinariwen.
Se em 15 anos o clube lisboeta não tinha sido palco de uma atuação dos Clã, esse facto é contrariado em 2022, ano em que a banda celebra 30 anos de carreira. A 26 de abril, o grupo passa pelo Cais do Sodré a propósito da Tour “Dá O Que Tem“, para fazer ouvir a edição recente, “Véspera” e revisitar canções que fazem parte da história coletiva do pop-rock nacional. Esta passagem pelo Musicbox – a primeira da digressão – faz parte de uma vontade de reencontrar a atmosfera vibrante e elétrica dos clubes e a forte proximidade com o público.
Do outro lado do Atlântico, vêm outros dois destaques. No final de 2019, Sessa lançava “Grandeza“, disco que tinha apresentação marcada para 2020 no Musicbox.
A estreia de Sessa em Lisboa ficou reagendada para dia 13 de abril, onde apresenta as canções do seu primeiro e único disco a solo. Em “Grandeza“, o ex-membro de Garotas Suecas mostra que os seus ombros não cedem com o peso da herança da música popular brasileira e lembra-nos que esta é plural.
Na véspera de 25 de abril, a artivista, rapper e compositora Jup do Bairro atua pela primeira vez no Musicbox, numa noite que vai contar ainda com os DJ sets de BADSISTA e Cigarra. Tenha sido ao lado de Linn da Quebrada na criação do disco “Pajubá” (2017) ou de BADSISTA, com quem formou BAD DO BAIRRO, Jup é uma verdadeira artista “do presente e do agora”, tornando-o claro no lançamento do EP, “Corpo Sem Juízo”. Com colaborações de Linn da Quebrada, Deize Tigrona, Rico Dalasam, Mulambo e Pininga e produção de BADSISTA, entre outros nomes, “Corpo Sem Juízo” é um manifesto de autoconhecimento feito para ser ouvido e para que a artista se possa ouvir a si mesma.
Já na pista de dança, a primeira semana de abril vê o regresso da colombiana Rosa Pistola à cabine do Musicbox, no dia 9. Quando chegou ao México, Rosa Pistola foi de imediato consumida não só pela cena local de reggaeton, mas também pelas circunstâncias abrasivas em que acontece. A DJ fundou, também, o coletivo Perreo Pesado, dedicado “a expandir las frecuencias sonoras del ghetto”, ao lado de DJ KRIZIS e Dj Sueño.
Na mesma semana, no dia 7, a Torcida Records convida VHOOR, beatmaker mineiro e nome maior da produção independente surgida no Soundcloud. Chungadaddy, Marlon Brancoe SO/SW juntam-se a para uma noite de funk, afrohouse, reggaeton e trap.
Nas três primeiras quartas-feiras de abril, a ZABRA instala-se no Musicbox para responder à questão: “como pode um clube como o Musicbox tornar-se performer em vez de palco de performance?”. As respostas serão trazidas pelos fundadores João Pedro Fonseca, Carincur e Noura através de som, luz e corpo.
A primeira vez do espanhol Merca Bae em Portugal é o mote da noite de clubbing de 22 de abril, noite essa devidamente partilhada com Pedro da Linha, Zengxrl e Rastronaut. Outrora rodeado de mistério, hoje Merca Bae é conhecido por uma abordagem melódica muito própria no que diz respeito à produção, preenchendo um espaço elástico entre o dancehall e o reggaeton, arriscando com influências e estilos mais pesados como o dubstep, o techno e o jungle.
Já no final do mês, a Bantumen traz ao Musicbox Sef Kombo, DJ Satellite e DANYKAS DJ com o selo da Seres Produções, uma das editoras e promotoras mais representativas da cena atual de afrohouse, com base em Luanda. O set acontecerá a 28 de abril.
