A estreia da barroca Real Câmara numa viagem entre o Tibre e o Tejo

Esta segunda feira, 2 de Agosto, a sala D. Luís do Palácio da Ajuda recebeu a estreia de uma nova orquestra em Portugal, a barroca Real Câmara com direção artística do maestro e violinista italiano Enrico Onofri, constituída por um total de 16 músicos e pela soprano Ana Quintans.

O concerto “Dal Tevere al Tago”, em Português “Do Tibre ao Tejo”,  uma viagem musical entre a Italia e Portugal, foi antecedido pela conferência/apresentação da musicóloga Cristina Fernandes, intitulada “Este os saraus no Paço e os passeios no Tejo: os instrumentistas da Real Câmara e as práticas musicais da corte na época setecentista”, onde abordou a história da orquestra da Real Câmara, dos músicos, do repertório e das suas diferentes funções no âmbito do quotidiano da corte,  fazendo assim a ponte com o programa musical que foi interpretado logo de seguida pelos músicos.

Segundo ainda Cristina Fernandes, a orquestra “tem por principal missão a recuperação e divulgação de repertório setecentista português, em Portugal e no estrangeiro, assim como do trabalho de músicos portugueses desenvolvido na área da interpretação historicamente informada”.

Na sala, após a conferência, foram apresentadas em concerto peças de compositores italianos e portugueses do reinado de João V, algumas delas em estreia na era moderna, como foi o caso de  “Ogni fronda chè mossa dal vento”, da serenata “Il vaticinio di Pallade, e di Mercurio”, de Francisco António de Almeida, que foi um dos bolseiros portugueses em Itália nessa época, apresentada no Palácio Real da Ribeira, em 1731, culminando “com louvores ao rei magnânimo”.

Igualmente em estreia moderna, foram apresentadas as obras de Rinaldo di Capua “Nacqui agli affani in seno”, ária de “Catone in Utica”, “Tutti nemeci e rei, tutti tremar dovete”, de “Adriano in Siria”, e ainda, de Giovanni Bononcini, “Mio sposo t’ arresta”, ária de “Farnace”.

 

Fotografias / Reportagem: Arlindo Homem

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