“+351” é o título do novo álbum de Stereossauro

“+351” é o título do novo projeto de Stereossauro, produtor que tem trabalhado incansavelmente no estabelecimento de pontes entre o hip hop e as mais fundas tradições do fado. Com este trabalho, o artista das Caldas da Rainha acrescenta nova peça numa discografia que nos últimos anos não tem parado de crescer.

Surpreendeu meio mundo quando reinventou o clássico “Verdes Anos” de mestre Paredes trazendo-o para o presente, provou não haver fronteiras quando reuniu, no mesmo Bairro da Ponte, Carlos do Carmo e Ana Moura, Camané e Capicua e tantos outros artistas para o que foi, sem dúvida, um dos mais aclamados álbuns de 2019. E de lá para cá, não tem havido tempo para descansar: lançou “Desghosts & Arrayolos” em 2021, trabalho em que Carlão, Marisa Liz, xtinto, Áurea, Manuel Cruz, Blaya, Sara Correia ou Ricardo Ribeiro marcavam presença; cruzou-se com o saxofonista Cabrita no álbum “Cachorro Sem Dono” de 2022; “descobriu” Ana Magalhães no seu “Tristana”, em 2023; e, já este ano, juntou forças com o rapper Mura para um dos melhores trabalhos deste arranque de ano, o álbum “ADAMAS”.

Se a isto se somarem participações pontuais em projectos como Sg Gigante, a homenagem hip hop a Sérgio Godinho imaginada por Capicua, e muitas dezenas de concertos, fica-se com uma ideia de como Stereossauro leva a vida em permanente estado de criação.

“+351” é a nova consequência dessa profunda inquietação que o leva a desafiar-se constantemente. Desta vez traz novos aliados num disco que dispensa o peso da palavra: Ricardo Gordo, seu inseparável companheiro desde “Bairro da Ponte”; Ângelo Freire, que conheceu quando trabalhou com Sara Correia; José Manuel Neto, uma paixão antiga, admite o produtor; e a maior referência da guitarra portuguesa da atualidade, mestre António Chainho – “conversámos muito antes de gravar”, admite o produtor. Mas Stereossauro foi mais longe, alargando o espectro de sons neste novo trabalho das cordas de aço da guitarra portuguesa às de nylon das violas de Tó Trips, de quem Stereossauro se diz admirador há muito tempo, e de Pedro Jóia, mestre da guitarra com alma mais flamenca que por cá temos. Como convidados adicionais no álbum encontram-se ainda o inseparável companheiro de muitas aventuras DJ Ride – “acho que nunca fiz um trabalho em que ele não tenha marcado presença” – Celina da Piedade, que toca acordeão em “Nova Balada da Despedida”, uma reinvenção de um velho standard coimbrão, e finalmente de Ana Magalhães, a voz de Tristana que tem dois discretos apontamentos em dois dos temas do álbum.

 

Outro convidado muito especial em “+351” é o autor da capa – Bordalo II, a propósito de quem Stereossauro confessa ser o seu artista plástico português preferido: “É uma honra ter uma capa feita por ele, as suas obras podem ser encontradas um pouco por todo o mundo nas ruas e nos museus, o seu estado de espírito ativista e ecológico é também uma grande influência e a utilização de materiais reciclados juntamente com as mensagens na sua arte resultam em peças poderosas que não deixam ninguém indiferente.”.

 

 

Este álbum terá apresentação no próximo dia 23 de Março com um concerto no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, em que Stereossauro se fará acompanhar por Ricardo Gordo e Ana Magalhães.

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