A 4ª edição do Cumplicidades – Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa, decorre de 8 a 21 de maio em diversos locais da cidade. Alicerçado na ideia de cumplicidade, o Festival desafia artistas, organizações e público a traçarem um mapa de Lisboa definido a partir da dança contemporânea.
Enquanto novo acontecimento em cada edição, varia no formato e na linha programática tendo um diferente curador convidado. Em 2023, conta com Luiz Antunes enquanto curador dos projetos nacionais. O tema por ele estabelecido é “Cara a Cara, Somos todos Sapiens”, com uma interpelação implícita à reflexão sobre os aspetos conturbados dos tempos em que vivemos.
A sua programação contempla os limites e as fronteiras, nos planos da cultura e do território, assim como na experiência dos corpos e da interioridade. A vertente internacional do Festival Cumplicidades 2023 foi estabelecida através de uma open call que lançou o desafio de abordar e expandir estas questões a artistas de diferentes nacionalidades que residem atualmente em território português.
Assim, “O Festival Cumplicidades contempla artistas portugueses e estrangeiros, emergentes ou já reconhecidos, cujas áreas de trabalho podem ir da dança a disciplinas artísticas que trabalham o corpo e o movimento. Igualmente, é diversificada a tipologia de organizações que acolhem o festival e que contribuem para a sua dinâmica urbana através de um programa que visa a admiração e a inquietação, ambicionando alcançar e estimular um público também ele plural.” (Francisco Camacho)
Nesta edição apresenta 10 produções, a maioria das quais em estreia em Lisboa, num total de 24 sessões que vão decorrer entre 11 e 21 de maio. Os criadores e os espetáculos que integram a programação nacional são Hugo Cabral Mendes com a performance O ser inumano, Beatriz Valentim com O que é um problema? (na foto), dirigido ao público infanto-juvenil, Margarida Montenÿ & Carminda Soares com Simulacro, Marco da Silva Ferreira com a performance Salão Pavão, André Braga & Cláudia Figueiredo com Feedback e Guilherme de Sousa & Pedro Azevedo com Já não sou a amar-te menos.
Pedro Azevedo é o vencedor da recente edição do Prémio Revelação Ageas/Teatro Nacional D. Maria II. Na programação internacional são apresentados espetáculos de Roberto Dagô (Brasil) com Bâtard sauvage ou Vira-lata selvagem, Laura Rios (Cuba) com Escritura del Movimiento, Yuko Kominami (Japão) com Iwa-Kagami e Magnum Soares (Brasil) com Raízes.
O Festival estende-se pela cidade e os locais de apresentação são: Quartel do Largo do Cabeço de Bola, São Luiz Teatro Municipal (Sala Mário Viegas), Rua das Gaivotas 6, Teatro Taborda, Centro Cultural de Belém (Blackbox), CAL – Centro de Artes de Lisboa, Auditório da Biblioteca de Marvila e a discoteca Lux. Para além dos espetáculos, o Festival promove três conversas. Têm entrada livre e decorrem no Quartel do Largo Cabeço de Bola (11 de maio), no Teatro Municipal de São Luiz (13 de maio) e no Museu Nacional do Teatro e da Dança (20 de maio).
Os temas a abordar, em estreita ligação com os espetáculos programados, são: “Lugar de liberdade na arte, na cultura em nós e no outro; “Limites, fronteiras, margens e territórios no nosso corpo; e “Higienização Cultural: o que queremos deixar para um futuro presente. O Passaporte da Dança é o projeto educativo do Festival Cumplicidades. Trata-se de um circuito amplo e diversificado com 321 aulas de dança, gratuitas e abertas, dirigido a todas as faixas etárias. Resulta de parcerias estabelecidas entre a Eira/Festival Cumplicidades e as mais variadas estruturas que facultam formação em dança no seu mais amplo espetro.
Este ano, o Passaporte da Dança sai dos limites do concelho de Lisboa e estende-se até Amadora, Oeiras, Sintra, Mafra, Odivelas, Cascais e Setúbal. Os seus objetivos principais são fomentar o gosto pela dança e promover a sua prática regular. Nesta edição, decorre entre 8 e 12 de maio e as inscrições devem ser feitas através do site do festival (https://www.festivalcumplicidades.pt).
Durante o Festival será realizado mais um PED – Projeto de Estudo em Dança, orientado por Francisco Camacho. O PED foca-se na vertente da dança contemporânea, é dirigido a quem desenvolve ou pretende prosseguir atividade profissional no âmbito das artes do espectáculo, e tem como objectivo impulsionar aspectos ligados à interpretação e à criatividade. Esta edição, que acontece de 6 a 20 de maio, culminará numa apresentação final no dia 20 de maio, às 15h, no Museu Nacional do Teatro e da Dança. No dia 11 de maio, a partir das 21h, o festival promove um beberete-convívio, para o qual artistas e público estão convidados. Será no quartel do Largo do Cabeço de Bola logo após o espetáculo O ser inumano de Hugo Cabral Mendes.
Photo: Pedro Figueiredo