22 concertos cruzam diferentes geografias e estéticas na 10ª edição do Westway LAB

10 anos a impulsionar a criação, a comunhão musical entre artistas num abraço coletivo com o público, e o intercâmbio de conhecimento no setor da música. Este pode ser um resumo do caminho trilhado pelo Westway LAB desde o seu nascimento em 2014 até ao presente, mantendo aceso o foco em ideias fortes sobre o futuro.

 

Desde o seu início, a música respira por múltiplos poros e toma várias formas e formatos de apresentação no Westway LAB, que em 2023 apresenta 22 concertos, incluindo 5 momentos originais a estrear nesta edição, chamando à cena nomes como Linda Martini, B Fachada, Criatura, Rita Vian, Redoma, Ana Lua Caiano, Azar Azar, Nacho Vegas, La Furia, Catarina Munhá, entre muitos outros que se preparam para navegar juntamente com o público por 3 palcos do Centro Cultural Vila Flor e outras 5 localizações emblemáticas na cidade.

A edição da década arranca com o projeto de criação Edgarbeck, nascido da colaboração de Rui Souza (Dada Garbeck) com Edgar Valente (Criatura/Bandua), que estreia a 12 de abril na abertura desta 10ª edição.

 

As noites de 14 e 15 de abril da edição de 2023 anunciam brilho e inspiração, com 10 concertos em 3 palcos do Centro Cultural Vila Flor, para nos fazer viajar do passado até ao presente, com vista para um futuro, ligando a tradição às inesgotáveis possibilidades que os dias que se seguem reservam.

B Fachada é o responsável por abrir a noite de sexta-feira, 14 de abril, às 21h30. Na música popular portuguesa do século XXI não há outra figura como B Fachada, que desde 2007 se tem notabilizado por um admirável, e até certo ponto impiedoso, ritmo de edições, através do qual frequentemente subverte o cânone e converte os dogmáticos. Com a noite a dar ainda os primeiros passos, a epopeia musical é agitada de seguida por Redoma (22h15), uma nova dupla do Porto formada por Carolina Viana (cantora e rapper) e Joana Rodrigues (produtora) que transporta consigo um manifesto existencialista caracterizado pela sonoridade rap de ritmo desconstruído e poético.

Com a noite a amadurecer, os holofotes apontam-se logo depois a Ana Lua Caiano (23h00), artista que explora a fusão musical através da junção da música tradicional portuguesa com música eletrónica, remetendo para a tradição com uso de coros, harmonias e cânones. Ninguém precisa de levantar marés supersticiosas com a onda musical que se segue, mas após ter emprestado o seu talento a nomes como os Groovelvets, Marta Ren, Capicua, Dealema, Maze, Virtus ou Minus & Mr. Dolly, o teclista e produtor portuense Sérgio Alves apresenta-se nesta noite do Westway LAB com Azar Azar (23h45). Este seu novo projeto pessoal bebe das raízes da música negra e enriquece-se com uma diversidade de influências entre linguagens como o jazz, a soul ou o funk, do hip hop ao house ou ao broken beat. Os últimos protagonistas desta noite são os Linda Martini (00h30), banda incontornável da música portuguesa das últimas duas décadas, nas quais conquistaram uma calorosa manta de admiradores e seguidores por todo o país. Para eles e para o público, 2023 é ano de celebração, com 20 anos de estrada e de discos para redescobrir.

 

As boas-vindas à noite de sábado (15 abril) são assumidas por Nacho Vegas (21h30), músico e escritor com mais de vinte anos de carreira, sendo uma das vozes mais respeitadas da música popular espanhola. Segue-se a espanhola La Furia (22h15) com o seu trabalho mais recente, “Pecadora“. Como todo o bom rap, as músicas de La Furia são diretas, sem rodeios e dizem a verdade com punhos cerrados, quase num exame de consciência de uma artista fora da indústria que conseguiu construir uma presença e um estilo únicos, numa altura em que é cada vez mais difícil escapar aos preconceitos estilísticos. A portuguesa Rita Vian (23h00), artista que trabalha a sua voz e composição num espectro amplo entre a eletrónica e a tradição, é quem se segue nesta noite. O fado é um capítulo muito importante na sua expressão artística, bem como a música urbana é a outra face desta mesma artista, criando caminhos tão inesperados como arrebatadores. O penúltimo concerto da noite é protagonizado por Catarina Munhá (23h45), cantautora em português que se expressa através de música e letra que lhe surgem de mão dada, numa espécie de indie-pop de intervenção onde moram canções bem-humoradas e inquietas, acompanhadas pelo som tropical do seu ukulele, um violino insólito e ocasionais teclas melancólicas. A noite e esta 10ª edição do Westway LAB encerram pelas múltiplas mãos de Criatura (00h30) – um corpo que se autoidentifica como um eclético bando de músicos, artistas e gente, de várias geografias e áreas musicais, que se dedica a revisitar a memória popular do território que habita e que a partir dela se propõe a criar música e arte que nasce de outras formas de olhar, sentir e ser a tradição, trazendo novos ares à música portuguesa.

 

Como também já é tradição na tarde do último dia de cada edição, no sábado (15 abril) a partir das 15h00 o festival estende-se à cidade que se converte num grande palco, tomado por artistas e público, que se interligam pelo encanto de uma diversidade de estilos e diferentes estéticas musicais tão característicos dos City Showcases do Westway LAB. Tudo isto num roteiro constituído por concertos de acesso gratuito em diversos locais da malha urbana – como o Convívio, o Oub’Lá, o Ramada 1930 e o São Mamede Tribuna –, que nesta tarde estimulam a circulação dos amantes da música com as atuações de EVAYA, Isa Leen, Cave Story, Ledher Blue, X IT, Yann Cleary, e Ezpalak, contagiando o centro nevrálgico de Guimarães através de projetos de diversas proveniências, incluindo cruzamentos de artistas portugueses e estrangeiros, e com vários encontros a terem sido espontânea e originalmente gerados em edições anteriores do Westway LAB.

 

Como acontece desde o seu surgimento, o Westway LAB continua a navegar nos mares da criação com residências artísticas que cruzam músicos portugueses e estrangeiros em Guimarães, e em particular no Centro de Criação de Candoso (CCC), onde a principal ação criativa se desenvolve nos dias que antecedem o festival, reunindo este ano em Guimarães os músicos Larie, Cálculo, Mário Gonçalves, Isa Leen, Elin Namnieks, Michal Drozda, Ghau e La Furia. Cruzamentos com rumos inesperados que se demonstram constantemente surpreendentes, dando origem a frutos que nesta edição se revelam nos showcases que acontecem no CCVF a 12 e 13 de abril a partir das 22h00.

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