Vinte e quatro novos nomes anunciados para o Tremor 2022

São 24 novos nomes os que se juntam, ao cartaz do Tremor, fechando aquela que será a proposta de concertos e clubbing do festival localizado em São Miguel no Açores. A ter lugar entre os dias 5 e 9 de abril, a experiência musical regressa, este ano, ao formato normal, com um alinhamento que percorrerá diferentes salas e espaços naturais da ilha, num esforço de criação de novos diálogos entre o território e as artes que congrega residências de criação, estreias nacionais e novos discos.

Começar pelos nomes internacionais que voltam a medir o pulso a movimentos emergentes e às múltiplas identidades que tecem hoje o discurso artístico global. De Berlim abraçamos o folk futurista de Lyra Pramuk e uma música que funde vocalismo clássico, sensibilidades pop, práticas performativas e cultura clubbing contemporânea. Ainda em solo europeu, redescobrimos os espaços do post-punk e as suas novas leituras na música dos holandeses Baby’s Bersek e criamos espaço para as recontextualização que a dupla Cocanha tem vindo a fazer em torno do Occitano, a língua oficial da Catalunha Francesa, e das tradições da sua região. Num cartaz que se faz a muitas vozes, proposta de descoberta para: os quenianos Duma, dupla de noise-grindcore composta Martin Khanja e Sam Karugu, dois dos artistas no epicentro de uma nova onda de música a nascer nos centros urbanos de África; e para TootArd, banda de rock nascida nos Montes Golã, a conglomerar influências da psicadelia, da música tuareg e do reggae. Feminista, emancipado e progressivo, assim é o trabalho da marroquina (radicada en Barcelona) Ikram Bouloum, mulher de identidade muliversa, canta na sua língua materna, o Amazigh, em inglês e em catalão.

Estiveram anunciados no cartaz de 2021 do festival, mas um contratempo adiou a sua estreia nos Açores, os MadMadMad voltam ao alinhamento este ano e são uma das propostas que estão nas intersecções entre o concerto e o clubbing. Espaço este a ser ocupado também pela portuguesa Caroline Lethô, nome que se tem vindo a destacar tanto como produtora como dj na cena electrónica lisboeta.

No plano nacional, partimos de discos para falarmos de bandas. Vozes, Antenas, Fragas (2021) apresentou-nos aos novelos sonoros dos Montes de Kauê Gindri e Arianna Casellas; Xando (2021) à forma como As Docinhas rasgam as fronteiras entre o punk, o pimba ou fado; Cisma (2021) voltou-nos a trazer até ao pop pintado a insularidade dos açorianos We Sea; Free Development of Delirium (2021) aos novos espaços de incerteza e desconforto na música dos The Rite of Trio, e Meia Riba Kalxa (2020) a selar a urgência das ilustrações cantadas por Tristany sobre as realidades inviabilizadas, marginalizadas e romantizadas que marcam a comunidade onde vive.

Confirmada no festival em abril está também a Trypas-Corassão, um projeto estético-artístico-político, que propõe uma criação híbrida de teatro-música-performance pelas mãos da performer e atriz Tita Maravilha e Ágatha Barbosa, a.k.a. DJ Cigarra.

O fecho do anúncio de hoje cabe àqueles que fecharão todas as noites do festival, numa plural conjugação de festas, produtores e djs. Do Porto, chega a Kebraku com proposta de ritmos dançantes, transantes e rebolantes pelas mãos de Farofa e O Gringo Sou EU; ainda no Porto, mais especificamente Bonfim, a recém criada dupla OMNE; de Lisboa uma especial da Príncipe com DJ Firmeza, DJ Danifox e instalação de Márcio Matos e, do Uganda, um showcase da editora Nyege Nyege com Catu Diosis, De Schuurman e MCZo & Duke.

Os novos nomes juntam-se aos já anunciados concertos de Alabaster Deplume, Bitchin Bajas plays ‘Switched on Ra’, Jonathan, L’Eclair, Maria Reis, Rodrigo Amarante, Sessa, Taqbir e Victoria. Para este ano o Tremor organizará ainda cinco residências de criação que vão propor igual número de espectáculos inéditos: Associação de Surdos da Ilha de São Miguel + ondamarela + Coral de São; Atlas – São Miguel; Ece Canlı + Odete; Orquestra Modular Açoriana e Peter Evans + Rodrigo Amado + Escola de Música de Rabo de Peixe. O Tremor anunciará mais espaços de programação ainda este mês.

Partilha