Um Presente, The Gift, Antecipado

Ontem, dia 23 de novembro de 2023, meia hora após a hora marcada, os The Gift, regressaram ao Coliseu do Porto, para apresentarem um espetáculo único.

O Coliseu estava lotado, quando olhava para cima, e via o publico em pé ficava com a sensação de que, a qualquer momento, alguém poderia cair. A última vez que os vi, no Coliseu do Porto, foi, salvo erro, no inverno de 2017, ou final de 2018, na promoção do disco, “ALTAR”. Não me esqueci dessa data, uma vez que ainda andava, ainda não tinha sofrido o acidente. E dessa vez, o Coliseu, também, tinha esgotado.

Sou suspeita, ao falar desta banda, uma vez que é uma das minhas preferidas.

O concerto de ontem à noite foi completamente fora da caixa, mas são os The Gift, não há que admirar. Os seus concertos, espetáculos primam pela novidade, pelo arriscar, e o público do Porto vai aos concertos para se divertir, pela festa. Ontem, mergulhamos todos num espetáculo único de sonoridade, de temas conhecidos com arranjos musicais diferentes, tendo por base a eletrónica, e um grupo coral, um conjunto de vozes, em palco, que tornou todo o concerto em algo diferente do que muita gente estaria à espera.

O concerto centrou-se todo no novo álbum, “CORAL”. Destaco todo o concerto, o coro; os arranjos musicais, que embora mais crus, entranham-se; o saber estar em palco, também já lá vão quase trinta anos, a gentileza; a humildade; o saber agradecer.

Destaco o público que vibrou do início ao fim, o público mais jovem, talvez arrastado pelos pais, para não ficarem sozinhos em casa, ou por terem contacto, com Sónia Tavares, devido a esta ser agora mentora do concurso, “The Voice”, também ficaram maravilhados com o que ouviram, e viram.

Destaco a voz de Sónia Tavares, que é uma voz de um outro mundo, de uma realidade fora do comum, e a forma como a colocou para dar espaço à intervenção do grupo coral, e da parte instrumental. Quem sabe, sabe.

Gostei de todos os temas, mas não posso deixar passar em branco, os temas, “Adágio”; “Única”, interpretada por Nuno Gonçalves, e que é a canção preferida de Sónia Tavares; “Passa-se O Tempo”, vestida com outras cores; “Infinita”, uma “homenagem”, às bandas do “nosso tempo”, dos inícios das bandas portuguesas, como por exemplo, GNR, Sétima Legião, Heróis Do Mar, Madredeus, entre tantas outras.

Não posso deixar de referir o tema, “Love Without Violins”, com a “interpretação”, na tela, presente no palco de Brian Eno, que produziu o álbum “ALTAR” e que trabalhou com bandas como os U2, Coldplay, …, é só “googlar’, e já ficam a saber quem é.

A homenagem feita a SARA TAVARES, que nos deixou cedo de mais. Como costumo referir, a vida é um sopro.

No encore, o tema “Primavera”, também com roupa nova, que foi a cereja no topo do bolo.

Um concerto inesquecível, pelo menos para mim, uma vez que me surpreendeu, mais uma vez. Um grande aplauso para os The Gift, mostraram, mais uma vez, que é sempre possível inovar.

Adorei.

 

 

🖋 Ana Cristina

📸 Sergio Pereira

 

 

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