O Teatro Ibérico apresenta um ciclo de eventos artísticos, que decorrerá de abril a julho, com uma programação multicultural e multi-geracional que procura o envolvimento no território. “Um Espaço que Fala” oferece seis propostas artísticas de teatro e música, às quais se juntam conversas e formações.
Neste Espaço que é de todos, procura-se estabelecer um diálogo entre artistas, o próprio espaço e público, enquanto “co-recriadores” desta casa singular, arriscando numa programação diversificada que contribui para a formação de uma sociedade plural e coesa.
“A nossa programação assenta no corpo que é o espaço, que cria ainda outros espaços. Propomos um ‘espaço em construção’ dentro de um ‘espaço construído’”, explica Rita Costa, diretora artística do Teatro Ibérico. “Desta forma, os espetáculos propostos funcionam como agentes de renovação da ocupação do espaço do Teatro Ibérico, com a principal preocupação de oferecer uma diversidade de experiências dirigidas a públicos de diferentes faixas etárias”.
O espectáculo “Homenagem aos Eremitas” d’A Música Portuguesa a Gostar dela Própria, inaugura este ciclo com uma apresentação única no dia 20 de Abril, às 21h00. Especificamente concebido para este ciclo por Tiago Pereira e Sílvio Rosado, inicia-se assim uma relação de parceria com o Teatro Ibérico. Eremita é qualquer pessoa que tenha uma relação afetiva com aquilo que faz, neste caso, a música. Pretendemos criar um espaço multicultural onde conversas, projeção de vídeos e música se unem e dão espaço a estas pessoas, em tom de homenagem à cultura popular portuguesa.
Em maio, realizam-se duas peças de teatro: “Se te portares bem, vamos ao McDonald’s” que surgiu de uma reflexão que tem acompanhado o criador Mário Coelho nos últimos tempos: quando partimos, quanto tempo demoramos até deixarmos de ser lembrados? Esta é uma das questões que o rodeiam e assombram, a partir das quais pretende explorar e desenvolver este projeto que acontece de 17 a 20 de maio. E a comédia “A Balada de Portuguese Joe” é a história de um açoriano que foi para o Canadá fazer sucesso. Fez parte da corrida ao ouro e tornou-se dono de um saloon em Gastown. É uma história de emigração e empreendedorismo, abordando questões como xenofobia, racismo e dificuldades de um espaço multicultural, nos dias 25 e 26 de maio.
A reposição de “Kindzu”, criação do Teatro Ibérico, está assente na estratégia de programação proposta no que diz respeito ao corpo na sua relação com o espaço. Kindzu diz que é alguma coisa entre a verdade e o sonho e este espaço pode nem sequer existir, mas tem a forma da terra seca que vai pisando ao tentar abandoná-la. Esta terra, presente em cena, está conectada à própria arquitetura do lugar, fazendo-o falar também, de 27 a 29 de junho.
Um Espaço que Fala! fecha com duas formações: “Máscara: Técnica e Jogo“, orientada por Sofia Cabrita e dirigida a profissionais do espetáculo e estudantes de teatro, de 1 a 3 de julho e a Formação de “Iniciação ao Teatro“, orientada por Rita Costa e dirigida aos jovens da freguesia do Beato. Esta formação tem o objetivo de aproximar estes jovens às artes de palco, através de técnicas de expressão dramática, com componentes sociais e expressivas, de 17 de junho a 27 de julho.
