Susana Travassos apresenta “O meu pai é um pássaro”

No próximo dia 6 de fevereiro, no Cine Teatro Louletano, Susana Travassos faz um concerto especial em homenagem a Fernando Reis, seu pai e director do Jornal do Algarve, falecido em dezembro de 2021.
No repertório, temas do seu último disco “Pássaro Palavra” e outras canções que permearam a vida e a relação de pai e filha.

 

E quem melhor do que uma filha para contribuir para perpetuar essa esperança, essa sombra benigna que inspirou e inspira o seu canto e a sua arte? E não é por acaso que o nome do seu último CD se chama “Pássaro Palavra“, tal pai, tal filha, acreditando na força da palavra e da liberdade. Neste concerto Susana apresenta temas do seu último disco gravado em Buenos Aires, um projecto que já passou pela Coreia do Sul, Espanha, Argentina e Uruguai onde propõe uma viagem às suas raízes algarvias e presta uma homenagem a Fernando Reis, seu pai, cantando temas que permearam a vida e o amor entre pai e filha.

 

“Fernando Reis, que acaba de nos deixar, foi um romântico. A forma como segurou este jornal, acreditando que a força das palavras contribuía para a inteligência viva, para o benefício da notícia justa e a independência do pensamento, fez dele uma personalidade marcante. Foi diligente numa região de indolência, foi pronto numa sociedade de adiamento, foi atento e prático, no meio de uma cultura de inércia. Para quem acredita na capacidade de resistência num meio hostil à comunicação social, Fernando Reis foi um exemplo de crença no jornalismo de proximidade.

 

Quanto o Algarve lhe deve? Quanto devemos a Fernando Reis? Não podemos dizer quanto porque o seu legado não pode ser avaliado em números. Sabemos sim, que adaptou  o Jornal do Algarve aos desafios que se levantaram à imprensa regional na passagem do milénio, e que soube resistir à grande vassoura digital, que leva para o mesmo local do evanescente, quer o bom quer o mau. A chegada, semanalmente, à nossa mesa, do jornal do Fernando Reis, envolto numa cinta de papel usado, aproveitado dos restos, comovia. E comoverá. É preciso ser esperançoso. A sombra benigna de Fernando Reis inspirará quem se lhe segue. Todos desapareceremos mas o sulco que fazemos na terra onde vivemos será mais forte do que a nossa fotografia. Fixem a fotografia de Fernando Reis, a sua causa tem muito para contar.”

Lídia Jorge

 

 

 

 

 

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