Santa Casa Alfama recria as tradições da Casa de Linhares

A Casa de Linhares é hoje o que resta de um edifício renascentista que ruiu no terramoto de 1755. Ali viveram os Condes de Linhares, uma das famílias nobres de Portugal. Erguida junto às margens do Tejo, no século XVI, a Casa de Linhares mantém ainda o charme oitocentista, apresentando de pé o torreão e um cunhal com brasão.

O fado surge no século XIX, nos bairros históricos da cidade e em contextos populares de convívio. Era cantado de forma espontânea e as letras das músicas retratavam as suas vivências, recorrendo à gíria e ao calão. No entanto, a presença de figuras da aristocracia nesta vida boémia, ditaram um futuro diferente para a história do fado.

Tocado e cantado por profissionais, o fado instala-se assim em casas próprias, onde também se podem saborear pratos e petiscos da cozinha tradicional portuguesa. Paralelamente, surgem também outras casas onde se pode ouvir fado vadio, cantado por amadores e à desgarrada, num ritual que se perpetuou até aos dias de hoje. É na linha dessa história diversa que, ainda hoje, a Casa Linhares se assume como umas das principais casas de fado do país.

André Baptista, Vânia Duarte, José Quaresma e Jorge Fernando abriram o segundo dia do Santa Casa Alfama recriando as tradições da Casa de Linhares

 

Fotografias / Reportagem: Paulo Homem de Melo

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