A nova rotação do motor Solar Corona traz consigo uma expansiva e inebriante viagem psicadélica: “PACE”. O novo longa duração será apresentado ao vivo em dezembro: dia 16 no Porto e dia 17 em Lisboa.
O quinto disco da banda muda de marcha com o dub mecanizado de Lorr No (Nuno Loureiro) a assumir os comandos do som do trio central — Rodrigo Carvalho (guitarra/sintetizadores), Peter Carvalho (bateria), José Roberto Gomes (baixo) — e a levá-lo para uma corrida fora da estrada.
As ideias cruas de cada faixa foram ensacadas em Alpendurada, nas margens do Douro. Após um processo de destilação de dois anos, os riffs e materiais base atingiram uma concentração não muito diferente do luar alquímico característico do norte português dos Solar Corona. Princípios simples e mecânica firme são canalizados para jornadas perenes onde velocidade e ritmo permanecem distintos.
Cada faixa celebra um elemento específico à sua maneira. O tema introdutório “Heavy Metal Salts” estabelece o pulso de “PACE”, com detalhes eletroacústicos cintilantes a trazerem-lhe uma dose de lisergia. A faixa-título “Pace” suaviza a paisagem sonora dos Solar Corona e destaca-se como um mantra espacial sem riffs, solos ou a necessidade de headbang. Faixas lideradas por guitarras como “Thrust” e “AU” retornam ao rock-n-roll a bater no sinal vermelho que é uma constante nas veias da banda, antes deste ser injetado pelo seu novo, mais etéreo, espaço sónico.
O groove incessante de “Parker SP”, construído com baixo saltitante e bateria direta, fornece o terreno para os outros membros descolarem rumo a outras atmosferas. “Alpendurada” fecha o álbum com um toque épico, ao sabor das entradas e saídas da banda pela psicadelia.