Os OCENPSIEA estão de regresso com Oceano-Mar”

Os OCENPSIEA são uma banda constituída por quatro jovens músicos nascidos e criados em Braga: João Nuno na bateria acústica e eletrónica, Gonçalo no baixo e contrabaixo, Tomás nos teclados e sintetizadores e Francisco nos teclados e produção musical.

A sua música conta com uma mistura de harmonias e sons característicos do jazz, da eletrónica, do rock, entre outros géneros.

Após o lançamento dos seus dois últimos projetos [Cónega 103 (2017) e Sabão Rosa (2018)], a banda que nasceu em 2014 regressa para o lançamento do seu terceiro álbum “Oceano-Mar”.

O álbum inicia-se com “Isto é Água”, uma música introduzida por diversos locutores radiofónicos a anunciarem o grupo, cada um pronunciando OCENPSIEA à sua maneira; a segunda parte e o final da música contam com a participação de Mafalda BS, que canta delicadamente o significado do acrónimo OCENPSIEA (“Oh Chefe Eu Não Pedi Sumol Isto É Água”).

A segunda faixa trata-se do single “Bicho Mau”, uma colaboração com PZ. A terceira canção (“Tens Fome, Come Um Home”) é a primeira música instrumental do álbum, onde o grupo traz rapidez e energia para a mesa, como uma onda a estoirar na costa. A música “Ruído” traz a onda de volta à serenidade do oceano. Nesta sinfonia instrumental e lírica, os quatro membros exploram novos caminhos e sonoridades ao cantarem em coro pela primeira vez na história do grupo.

Na quinta faixa, o grupo introduz uma sonoridade africana e acelerada, daí o nome “Dança Teixeira”, tributo a danças e convívios da família do baterista (João Nuno Teixeira Vilaça). As guitarras (por Luís Araújo e Diogo Abreu) são o centro das atenções até o solo de bateria entrar. A faixa acaba com um twist, onde o vibrafone (por Henrique Ramos) e o trompete (por Simão Duque) se destacam.

A sexta música (“Catch-22”) consiste numa homenagem a um artista muito adorado pelo grupo: Mac Miller. Nesta mistura de estilos, o grupo volta a fazer rebentar uma onda, com uma rapidez no baixo que faz lembrar Thundercat (melhor amigo de Mac). A meio da canção é tocado um clip de Miller onde este fala sobre a importância que a música tem, num concerto em Portugal no verão de 2016. A expressão Catch-22, por definição uma situação paradoxal, foi escolhida como título porque, para os artistas, por mais que queiram e gostem de ouvir as canções de Mac Miller, vão sempre sentir tristeza e nostalgia, sentimentos que derivam da morte trágica e prematura do músico norte-americano.

A próxima faixa (“Já Zé?”) trata-se de outra colaboração, desta vez com José Pedro Coelho. O saxofonista traz virtuosismo jazzístico a esta música que, embora curta, é bastante completa. Aqui, os diferentes estilos explorados pelo grupo chocam com o jazz afirmado de José. Na próxima obra o grupo explora o rock eletrónico. Nesta “Oceanografia” é difícil não ficar na ponta da cadeira com a quantidade de motivos e sonoridades apresentadas ao longo de toda a composição. David Bruno é a estrela da penúltima faixa do álbum. “Goucha’s Eleven” é uma colaboração onde David faz o que melhor sabe fazer, aludindo a programas da tarde e televendas publicitárias. O álbum termina com “Utopia”, uma colaboração com Gileno Santana. O trompetista entra, após uma introdução celestial, com um solo demoníaco e agitado. Assim, a faixa emana tanto ondas agitadas como serenas, paralelamente ao oceano e ao mar; até que, por fim, um motivo angelical no piano nos embala, como se estivéssemos à deriva numa utopia, onde o Oceano-Mar é real.

 

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