Começou após os clássicos 30 minutos de tolerância. O trio do Porto, por fim, desceu a Lisboa para exorcizar os demónios próprios e alheios. Oportunidade privilegiada para descobrir os novos sons dos Conferência Inferno agora mais rápidos, sólidos e agressivos…. Galáctico…
“Nada é como era antes”
“Amanhã não é promessa”
“Que o diabo seja surdo”
“Sinto-me ausente”
“É tudo escapatória esquece os porquês”
“Ninguém nos pára a dor”
Como se o Ian Curtis fosse um ‘millennium’ tripeiro e tivesse que usar máscara na rua e sintetizadores numa nave espacial.
Techno do espaço universal sem notas extras para contos de fadas.
Pensamentos a direito ou pastilhas que explodem na cabeça.
Está tudo na música e na atenta audição e vocalizações do Francisco que parece saber, exactamente, aquilo que quer comunicar e os músicos os contornos que querem desenhar.
Fantástico megafone, crescente manipulação! A, já mítica “Apocalipse” foi tocada às 22h30.
As cadeiras preenchidas pareciam saber que os Conferência Inferno surgiram para ser a voz e estética da angústia que muitos mal sabem se livrar.
Copos e tabaco, paredes escuras, sangue frio e espasmos involuntários.
Insónias existenciais.
Reportagem e fotografias: Magda Costa