O Festival Micro Clima regressa à SMUP… já em Abril

Em 2017, e a par com a Sociedade Musical União Paredense, nasceu o Micro Clima, um festival onde diferentes artistas de diferentes géneros musicais partilham o palco, convidando o público a deslocar-se a outros pólos artísticos nos arredores de Lisboa. Com o objectivo de descentralizar a arte e a cultura da capital, este grupo de jovens voluntários, que procurava dinamizar a zona da Parede (Cascais), criou um espaço onde estas são celebradas com uma programação heterogénea e transgeracional.

 

Localizada entre a estação de comboios da Parede e a praia, a Sociedade Musical União Paredense convida- nos a entrar num clima de proliferação artística nos dias 1 e 2 de abril.

O primeiro dia tem início às 21:30, com Narciso, que viaja entre o jazz, o pop e o indie rock. Com o lançamento do EP “Anticorpo” e o single “My One”, o músico e compositor Vasco Narciso co-criou projetos como a banda Hammond Crash e a dupla de música improvisada Vasco Duo, além de já ter composto bandas-sonoras para filmes e instalações.

Seguem-se os rappers e beatmakers que compõem Alcool Club. O grupo de culto encabeçado por Praso, Montana e Sanguibom conta já com 4 álbuns lançados e uma editora independente com selo de qualidade, e regularidade, ARTESANACTO. De seguida, é Tito Paris (na foto) que toma conta do palco, com os ritmos africanos a ecoarem em crioulo. Sem precisar de apresentações, o filho querido de Cabo Verde apresenta uma obra multicultural, onde cabe todo o imenso mundo lusófono, todas as influências e vivências do mais recente Comendador da Ordem do Mérito de Portugal.

O primeiro dia termina com David Moreira e é com ele que dançamos de olhos fechados. Apelida-se de “notívago compulsivo”, e mistura sons de Detroit, influenciados pelas escolhas de Ryan Elliot, Francesco Del Garda e Ron Trent.

 

O dia 2 de abril começa com a atuação de Monday, o projeto a solo de Cat Falcão repleto de canções coloridas, orelhudas e vibrantes. A seguir, é a vez de ir até Londres com Bone Slim. Conhecido pelas suas performances mascarado de dominó de marfim e rimas complexas, é um dos compositores originais da NiNE8 e a voz do grupo audiovisual HOTR. Recentemente, estreou o EP “Tokyo Drift” juntamente com o produtor de Drum’n’Bass, Dutta, e está a trabalhar num projecto a solo onde se aventura pelas sonoridades dos anos 90 e 00 da música electrónica do Reino Unido. Directamente dos anos 80 mais atuais de sempre, Filipe Karlsson entra em palco. Disco Pop despretensiosa, inspiradora e carregada de groove, o artista luso-sueco está determinado em não baixar o ritmo e continuar a espalhar positivismo e boa onda em forma de canção. Depois do seu EP de estreia “Modéstia à Parte”, em 2021 lançou o single “Vento Levou“. O festival encerra pela mesa de mistura de King Kami que aquece o clima com ritmos acelerados, numa viagem pelo romantismo dos sintetizadores e dos beats brega do nordeste brasileiro, sempre com um pouco de funk à mistura.

 

Durante os dois dias de festival vai ser também possível contar com uma instalação artística de Luís Lázaro, artista visual e músico, formado em Art Practice pelo Goldsmiths College, que conta já com inúmeras exposições nacionais e internacionais. A última em que participou é considerada a sua maior exposição de sempre, tendo coincidido com o lançamento do seu terceiro álbum como Luís da Riviera – Waves and Whirlpools. A mesma esteve patente na Galeria Municipal do Porto, contando com a curadoria de Martha Kirszenbaum. Como vem sendo hábito, o espaço dos concertos será apropriado por dois dos membros da equipa Micro Clima, Mariana Tudela e Pedro Fernandes, artistas visuais que todos os anos preparam algo de único e muito especial.

 

Fotografia: Paulo Miranda / arquivo Glam Magazine

 

 

Partilha