Brasil, Estados Unidos, Turquia, Geórgia, Austrália são alguns dos 29 países de origem para o público que, nos próximos dias 12 e 13 de Outubro, vai encher o Hard Club no Porto para a sétima edição do Amplifest.
O evento regressa a 12 e 13 de outubro, depois de um hiato de dois anos, com um alinhamento pensado para todos os melómanos. Uma experiência que se quer de ecletismo e vanguarda e que contará, entre outros, com os concertos de Amenra, Bliss Signal, Daughters, Oathbreaker, Emma Ruth Rundle e Author & Punisher, para além de conversas, filmes e exposições. Fiel ao seu compromisso com a diferença, também em 2019, o Amplifest não terá sobreposição de programação, propondo uma experiência imersiva e exploratória.
Num regresso apenas comparável ao renascimento dos Swans alguns anos atrás, o colectivo de noise-rock Daughters (na foto) saiu da penumbra em que se encontrava em 2018, com o unanimemente louvado álbum “You Won’t Get What You Want”. Uma coleção de paranóicos temas art-punk que, juntamente com as suas suas célebres actuações incendiárias, tem vindo a esgotar palcos por todo o mundo.
Os Amenra fazem parte de um muito restrito grupo de criadores capaz de nos transportar a um lugar que até ali desconhecíamos. Música forjada a partir das mais lancinantes extremidades do sludge e do doom, o colectivo regressa a Portugal no ano em que celebra vinte anos de existência para apresentar, primeira vez no país, o aclamado Mass VI.
Em quase duas décadas de actividade, os Pelican sempre estiveram na vanguarda do flanco mais pesado da música instrumental. Enquanto a sua própria linguagem, que combina riffs pesados e sujos com narrativas melódicas e melancólicas, tem sido frequentemente imitada, nunca este perto de ser igualada por nenhuma outra banda. O regresso dos Pelican ao Porto, apresentando o seu novo álbum “Nighttime Stories”, será um momento de celebração.
São uma das mais aguardadas estreias do Amplifest este ano. Encruzando uma furiosa catadupa de riffs de inspiração black metal, saída das mãos infalíveis de James Kelly, o arquitecto dos Altar of Plagues e WIFE, com o pulsar afiado da eletrónica disparada por Mumdance, mago do techno e do grime , o epónimo disco de estreia dos Bliss Signal é provavelmente o maior avanço realizado dentro do metal, e da música pesada em geral, dos últimos tempos.
O pendor de Justin K. Broadrick para a música eletrónica é evidente mesmo nos viscerais primeiros trabalhos dos Godflesh, mas ao longo da sua longa e prolífica carreira, e através dos seus inúmeros alter egos, esta faceta tem permeado com cada vez mais intensidade. O moniker JK Flesh teve sua primeira encarnação como metade dos Techno Animal (a outra sendo o produtor britânico Kevin Martin aka The Bug), mas tornou-se uma entidade própria desde 2012. Depois da primeira actuação de sempre dos Godflesh em Portugal, em 2011, Justin Broadrick regressa para se apresentar como JK Flesh, no que constitui uma nova estreia no nosso país.
Através do seu inconfundível cruzamento de shoegaze, black metal e post-rock, os Deafheaven redefiniram, com cada um dos seus álbuns, os limites do metal – tornando-se assim um dos mais discutidos e polarizadores colectivos dos últimos anos, como é frequentemente apanágio dos maiores inovadores. Depois da actuação na edição de 2013, os Deafheaven retornam ao palco do Amplifest em 2019 com o seu quarto álbum, Ordinary Corrupt Human Love.
Condensando uma mistura devastadora, emocional e profundamente honesta de punk e hardcore, os Birds in Row são, hoje, um dos mais relevantes e inventivos colectivos do seu género. O aguardado regresso a Portugal traz “We Already Lost the World”, segundo LP que demonstra a banda a remodelar rumo a um universo mais sombrio e complexo.
Peca pelo atraso a estreia destes Inter Arma em Portugal. O seu quarto e mais recente álbum Sulphur English, apresenta-se como o capítulo mais devastador, do caminho que o colectivo tem vindo a trilhar no casamento entre o doom, sludge, post-metal e black metal.
Alinhadas estão ainda, as estreias de Portrayal of Guilt, Ingrina, Some Became Hollow Tubes (projecto que alia Eric Quach, aka Thisquietarmy, e Aidan Girt, baterista dosGodspeed You! Black Emperor), Touché Amoré, os regressos de Author & Punisher, Emma Ruth Rundle e Nadja e as actuações dos nacionais Candura e GAEREA.
A completar a experiência deste Amplifest dois filmes: Where does a Body End?, de Marco Porsia, um retrato íntimo do percurso dos Swans, desde a sua génese e raízes até aos tempos contemporâneos, e Syrian Metal is War, de Monzer Darwish, uma jornada pela forma como as bandas de metal sírias sobreviveram aos tempos de guerra.
Confirmadas estão as Amplitalks deste ano: We’re the alternative to the alternative (sábado dia 12 pelas 16h00), que explorará as relações entre os diferentes tipos de música alternativa e o seu público, e Let us entertain you (domingo dia 13 pelas 15h30), que coloca frente a frente os organizadores do Hellfest e do Roadburn, dois festivais de referência a nível europeu. Em permanência, no corredor do Hard Club, uma exposição da autoria do estúdio Dehn Sora.
Sábado, 12 Outubro
BÜRO STAGE
16h40 . Emma Ruth Rundle (solo) . Concerto
18h40 . Birds in Row . Concerto
20h45 . Daughters . Concerto
23h00 . Amenra . Concerto
01h15 . JK Flesh . Concerto
Oitava Colina Stage
14h00 às 16h00 . Where Does a Body End?, Marco Porsia . Cinema
16h00 às 16h35 . Amplitalk – We’re the alternative to the alternative
17h50 . Candura . Concerto
19h35 . Some Became Hollow Tubes . Concerto
21h50 . Author & Punisher . Concerto
00h20 . Bliss Signal . Concerto
01h45 . Dj Walter Roadburn vs Dj No Joy . Clubbing
Corredor
Em permanência / Exposição curada por Dehn Sora
Domingo, 13 Outubro
BÜRO STAGE
16h15 . Inter Arma . Concerto
18h20 . Pelican . Concerto
20h25 . Touché Amoré
22h45 . Deafheaven
01h00 . ?
Oitava Colina Stage
14h00 às 15h30 . Syrian Metal is War, de Monzer Darwish . Cinema
15h30 às 16h05 . Amplitalk – Let us entertain you
17h25 . Portrayal of Guilt . Concerto
19h30 . Gaerea . Concerto
21h35 . Ingrina . Concerto
00h05 . Nadja . Concerto
01h30 . The Iberian Barbarians . Clubbing
Corredor
Em permanência / Exposição curada por Dehn Sora