“NR6”… canções de amor só morrem para quem nele não acredita

O novo single de ProfJam sucede a “HEI”, “Alguém Como Tu” e “RGTN” em direcção a L.S.D. (Love Songs Die).

O número 6 não lhe é nada estranho, ainda que o 5 tenha agora uma carga simbólica mais presente. Mas depois de editar o seu quinto trabalho em nome próprio, no quinto dia do quinto mês do ano transacto, ProfJam prepara-se para revelar o sexto. “NR6” é mais um avanço rumo a “L.S.D. (Love Songs Die)” — e talvez o que, de forma mais crua, desvela o estado de espírito do autor de MDID para este seu novo trabalho a solo.

É nos contrastes que Mário Cotrim se evidencia, e “NR6” segue essa regra como premissa. Num tema que não dispensa o seu complemento visual — realizado por Gonçalo XZ, seu parceiro habitual nesta matéria —, ProfJam deambula por uma Lisboa presa ao passado que, no presente, já não se reconhece a si própria. Das montras em desuso às letras néon fora de época, persiste a resistência à mudança quando ela não se dá necessariamente para melhor.

Essa ideia subjacente nas entrelinhas dá força à mensagem explícita de “NR6”: é certo que, segundo o próprio mote do autor para o seu próximo disco, as canções de amor correm perigo de vida, mas esse sentimento, por natureza, não morre enquanto houver quem o materialize. Nesse sentido, “NR6” mostra-nos, numa primeira linha, a história de amor dos avós de Mário Cotrim como enquadramento para a ideia de que histórias dessas já não se repetem. Mas por muito descrente que nos soe, prevalece nas linhas do rapper uma profunda crença no romantismo que aqui lamenta ter-se perdido.

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