No Portugal de 1975, estrangeiros e portugueses vivem a sua revolução sexual…

Prazer, Camaradas!, de José Filipe Costa – uma produção e distribuição Uma Pedra do Sapato – estreia dia 20 de Maio nas cidades portuguesas, nomeadamente, Lisboa, Porto, Coimbra, Setúbal, Leiria, entre outras.

 

Em 1975, no Portugal pós-revolução de Abril, uma mulher e dois homens – Eduarda Rosa, João Azevedo e Mick Geer – viajam da Europa do Norte para trabalharem nas cooperativas das herdades ocupadas no Ribatejo. Como muitos outros, ajudam nas actividades rurais e pecuárias, dão consultas médicas, aulas de planeamento familiar, mostram filmes de educação sexual e participam nos bailes tradicionais. Vêm fazer a revolução sexual, abalando as velhas certezas de quem viveu tanto tempo em ditadura: como convivem homens e mulheres nas aldeias do Ribatejo? Por que é que as mulheres têm de ir virgens para o casamento? Por que é que só os homens têm direito ao prazer sexual?

 

Tendo estreado mundialmente no festival de Locarno, e com ante-estreia nacional, no Doclisboa, em Prazer, Camaradas! – um filme entre a ficção e o documentário – são abordados, de uma forma bem humorada, criticados e satirizados alguns comportamentos e valores do passado e impõe-se a igualdade entre homens e mulheres. Comportamentos estes que exercem um grande impacto na vida quotidiana como, por exemplo, a divisão das tarefas domésticas ou a violência exercida pelos homens sobre as mulheres. Em contraste, Prazer, Camaradas! mostra uma outra perspectiva da vivência da sexualidade, menos conservadora e mais centrada no papel – até aí bastante submisso – das mulheres.

 

Segundo José Filipe Costa, fazer Prazer, Camaradas! constituiu uma espécie de “jogo lúdico: propôs-se a actores não profissionais que dramatizassem as memórias de uma revolução que não foi apenas política, mas também sexual e de costumes. O filme desenvolve-se em quadros improvisados, confrontando as ideias e comportamentos de estrangeiros e portugueses sobre a intimidade e a vivência da sexualidade. Há a ambição de mostrar que a revolução não estava só a acontecer no palco politico-constitucional, mas também nas cabeças e nos corpos das pessoas”.

 


 

Ainda no mês de Abril, acompanhando as comemorações do 25 de Abril de 1974, o filme é apresentado em ante-estreia, em quatro cidades: 21 de Abril, às 19h00, no Cineclube de Santarém, no Teatro Sá da Bandeira (com a presença do realizador), 22 de Abril, às 20h30, no Cineclube de Viseu, no Auditório do IPDJ, 23 de Abril, às 19h30, no Cineclube de Faro, no Club Farense (com a presença do realizador), e 24 de Abril, às 10h30, no Cineclube de Évora, no Auditório Soror Mariana (com a presença do realizador).

 

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