“Montedor”… quando sobe a palco, carrega todos os sentimentos mais obscuros depositados

Sete capítulos preenchem 60 minutos de uma narrativa que em tudo está despojada de esperança. Contudo, a vontade humana de chegar sempre mais além vive nos contra-ritmos que a banda, FERE, compõe nestes momentos sonoros.

 

A dualidade da vontade de depositar todas as esperanças no Mar e nele as perder; e logo voltar a repetir o gesto num instinto celular, patenteia-se nos ritmos dos dois baixos (Jaime Manso; Pedro Alves), sendo a guitarra e a bateria (João Pedro Amorim; José Pedro Alves respectivamente) o timoneiro e o Mar, ora um, ora outro trocando de papéis numa viagem que nos troca os sentidos, traindo a nossa percepção, como a dos que aos Mares se fizeram.

Assim é interpretada toda uma viagem pelo lado mais negro dos Mares, estes, tão orgulhosamente símbolo de Nações, tão orgulhosamente detentores de infinitas vidas humanas; mistérios; medos; invencível parceiro ou inimigo.

 

Montedor“, devido ao seu significado e toponímia, dispensa-se de qualquer explicação como nome da peça musical que os FERE compuseram e escolheram como seu arauto.
Dia 21 de Dezembro no Pequeno Auditório do Theatro Circo em Braga

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