Mário Laginha & Pedro Burmester enchem a alma e o palco do CCVF

Dia 21 de janeiro, o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) em Guimarães, vai aquecer o público por dentro ao longo de uma viagem musical feita de memórias, em que Mário Laginha e Pedro Burmester tocam obras de Astor Piazzolla, de Maurice Ravel, do próprio Laginha e de Bernardo Sassetti. Do tango ao bolero, passando pela contagiante linguagem do jazz em formato clássico, e visitando a singular e poética obra de Bernardo Sassetti – com um inédito arranjo para 2 pianos de Reflexos –, músico que Laginha e Burmester conheceram tão de perto.

Uma estrela luminosa que se apagou cedo demais. A tristeza da ausência de Sassetti é amplamente superada pela alma maior que a sua música carrega. Aguarda-nos um concerto ao mesmo tempo íntimo e extrovertido, nas quatro mãos de uma cumplicidade que dura há mais de 30 anos..

 

Este concerto, que decorrerá no maior palco do CCVF, o do Grande Auditório Francisca Abreu, é uma jornada musical construída com alicerces em memórias, cumplicidades e também tristezas. São quase 40 anos de palcos partilhados na Europa, Ásia e Américas por Burmester, pianista nascido na música clássica, e Laginha, pianista nascido no jazz.

 

A viagem musical desta noite, que certamente nos deixará marcas e com a alma preenchida, vai desde o tango de Piazzolla – que deixou aos músicos belas recordações da entusiástica reação do público de Buenos Aires – ao bolero de Ravel – um tratado de orquestração a dois pianos – passando pela música de Laginha numa obra jazzística em formato clássico. E a isto se juntam nove temas de Bernardo Sassetti, essa estrela radiante que passou pela música portuguesa e se apagou rápido demais (I left my heart in Algândaros de Baixo, Prelúdio em sol menor, Norte, Renascer, Reflexos, De um instante a outro, Inquietude, Quando volta o encanto e Simplesmente Maria). Temas que revelam um compositor requintado e singular, inquieto na procura de uma voz interior que transparece em cada nota que escreve com uma beleza e simplicidade desarmantes. Bernardo transforma uma herança rica de Bach a Mompou, Chopin a Bill Evans, em imagens sonoras únicas.

 

Photo: Márcia Lessa

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