Marinho e a essência do poder da palavra… e das canções

O NOVO – Mostra da Nova Música Portuguesa regressou na passada sexta feira à Casa do Povo em Ovar para a 3ª sessão da edição de 2019. Marinho e Zarco eram os dois nomes que alinhavam no cartaz.

Confesso que estava curioso para escutar Marinho ao vivo em formato acústico. As três canções que tinha dado a conhecer antes do lançamento de “~” (sim til), que aconteceu igualmente nesta sexta feira, davam provas de uma vitalidade musical única com camadas sonoras e uma voz que nos transportava para um universo folk dos anos 70.
Marinho apresentou as canções do disco de estreia bem como apresentou algumas surpresas como a interpretação de “I’m on fire” de Bruce Springsteen e uma passagem inevitável pela obra de Joni Mitchel.

Assente nesse universos folk, somos levados por uma máquina do tempo para as profundidades da música norte americana, influenciada pela palavra e sonoridade de Woodstock, perdido em finais da década de 60.
Histórias pessoais, vivências e problemas geracionais, marcam as palavras que a Marinho utiliza para transmitir a sua mensagem com determinação e sobretudo com o coração.
Ao longo das canções estabelece uma empatia com o público de forma descontraída e sincera, falando dos temas que vai apresentando e obrigando aqui e ali o público presente a participar nessas mesmas canções, honestas e sempre bem vincadas.

É sempre gratificante assistir a um concerto que excede as expectativas e que consegue manter o auditório da Casa do Povo completamente rendido à voz e as melodias da Filipa. Apesar de Marinho as rotular as canções de ‘tristes’, as mesmas superam essa tristeza pela sua abrangência.

Fotografias / Reportagem: Paulo Homem de Melo

Partilha