Maria Gil e Miguel Bonneville estreiam Religião e Moral no Temps d’Images Lisboa 2019

Iniciado em 2013, o ciclo O Pessoal é Político junta Maria Gil e Miguel Bonneville em torno de um conjunto de três palestras performances que, partindo da história de vida dos autores-criadores, pretende criar um espaço de debate em torno da forma como as práticas educativas, relações e sentimentos condicionam a nossa estrutura social e consciência política. Inspirado por algumas das ideias que marcam o feminismo radical dos anos setenta à actualidade, O Pessoal é Político divide-se na trilogia Medo e Feminismos, Amor e Política e Religião e Moral, a última com estreia marcada para o festival Temps d’Images em Lisboa em Novembro.

 

O nome inspira-se na disciplina que ainda integra o currículo escolar nacional. Religião e Moral é uma construção dramatúrgica que revisita as idas à catequese, as experiências místicas da infância, o reportório do coro da missa de sábado à tarde e a prática budista. Um confronto entre as memórias pessoais dos artistas e o conceito de anomia social desenvolvido por Émile Durkheim, que aponta a perda de identidade nas sociedades actuais como um fenómeno consequente da diminuição do impacto religioso nas nossas vidas.

A performance tem apresentação dupla, nos dias 30 de Novembro e 1 de Dezembro, no CAL – Centro de Artes de Lisboa / Primeiros Sintomas.

 

O Temps d’Images vai acolher ainda as duas primeiras palestras-performances, permitindo que o espectador assista ao projecto na íntegra. Medo e Feminismos sobe a palco no CAL, a dia 28 de Novembro. A partir dos conflitos internos de cada performer, esta apresentação constrói uma apresentação fragmentada que pensa a forma como os medos pessoais se transformam em medos sociológicos e, com isso, em instrumentos para o controlo político. Esta palestra termina com a recriação de duas performances feministas do século XX.

A 29 de Novembro, na mesma sala, Maria Gil e Miguel Bonneville apresentam Amor e Política, que questiona a forma como os afectos influenciam a forma como nos organizamos social e politicamente. A dramaturgia desta obra constrói-se à volta de entrevistas realizadas a políticos pertencentes a partidos com representação parlamentar, independentes, e pessoas ligadas a movimentos sociais, bem como, entrevistas realizadas a ex-namorados, cartas de amor e fragmentos de diários pessoais. Durante o espectáculo haverá também a recriação de uma performance do século XX.

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